Profissionais de enfermagem protestam por piso salarial em Belém
Categoria é contra decisão de ministro do STF, que suspendeu lei que criou o piso salarial da profissão
Profissionais de enfermagem se reuniram para realizar um protesto pelas ruas de Belém na manhã desta sexta-feira (9). A categoria é contra a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu no domingo (4), a lei que criou o piso salarial de enfermagem.
O protesto realizado em Belém contou com a participação de centenas de manifestantes, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, de acordo com a organização. A concentração foi na praça da Igreja Santíssima Trindade, no bairro da Campina; depois, os manifestantes saíram em caminhada até o Mercado de São Brás.
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A manifestação dos profissionais contra a decisão do ministro também ocorreu em outras capitais do país. Na última terça-feira (6), os profissionais já tinham feito um primeiro protesto por conta do piso salarial, em Belém.
Letícia Rocha, enfermeira e membro do movimento Enfermagem do Pará na Luta, conta que a escolha do ponto de partida da manifestação foi estratégico, em frente a Maternidade do Povo. “Escolhemos este lugar porque o Dr. Breno Monteiro, que é presidente da Confederação Nacional de Saúde, junto a Confederação Nacional de Saúde e os hospitais e estabelecimentos de saúde, foram os requerentes para que o nosso piso fosse suspenso. Então por esse motivo escolhemos a Maternidade do Povo, na qual o Dr Breno é dono, para iniciar o nosso ato”, explica.
Ainda segundo Letícia, mesmo com a suspensão do piso salarial, amigos profissionais seguem sendo demitidos. Ela ainda denuncia que os contratos de trabalho em regime 12x48, vêm sendo substituídos por outros de 12x36. “Costumo dizer que trabalhamos em regime semiescravo, porque somos escravos de carteira assinada”, pontua.
“Essa luta tem que permanecer não só pelo nosso piso salarial, mas pelas nossas horas também, porque chegamos a trabalhar 24 horas. Então esse trabalho é muito cansativo e a gente precisa ser valorizado como os profissionais que somos”, também defende Mariléa Moraes, presidente em exercício do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Pará (Senpa).
Norma já havia sido aprovada pelo Congresso
A decisão do ministro do STF Luís Roberto Barroso, sobre a qual os manifestantes protestam, diz respeito à suspensão de uma norma aprovada pelo Congresso - que fixou o piso salarial dos enfermeiros em R$ 4.750 nos setores público e privado. O valor também serve como base para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem e parteiras (ambos 50%).
“Foi uma lei que, não é inconstitucional, é o piso constitucional. Então ele tem que ser pago. A luta vai continuar porque a gente sabe que os empresários estão em cima de tudo isso, mas a luta vai continuar”, pontua Mariléa.
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