Trump ou Kamala? Como a vitória de um deles pode impactar a economia paraense
Em Belém, o economista Nélio Bordalo avalia o perfil econômico dos candidatos americanos
O republicano Donald Trump ou a democrata Kamala Harris? Existem, é claro, várias diferenças entre os dois candidatos que disputam as eleições para a presidência dos Estados Unidos, programadas para esta terça-feira (5/11). Em Belém, o economista Nélio Bordalo avalia o perfil econômico deles.
Para o economista, “a eleição de Kamala pode aumentar o fluxo de investimentos para mercados emergentes, impulsionando a economia americana e, consequentemente, o apetite ao risco do mercado. Isso beneficiaria setores importantes para a transição energética, como a produção de minerais críticos e energias renováveis. Já Donald Trump tende a adotar uma política protecionista, elevando tarifas de importação, o que pode afetar as exportações brasileiras, impactar o preço de commodities e fortalecer o dólar”, analisa ele.
Perfis econômicos distintos
Nélio Bordalo diz que os perfis econômicos dos dois são bem diferentes. Ele avalia que Kamala Harris se concentra em reduzir desigualdades, apoiar trabalhadores e investir em educação e saúde. “Ela defende o aumento do salário mínimo federal, o fortalecimento dos sindicatos e os direitos dos trabalhadores. Além disso, Kamala propõe aumentar os impostos corporativos e não elevar impostos sobre aqueles que ganham menos de US$ 400 mil por ano nos EUA.”
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“Trump foca em estimular o crescimento por meio de cortes de impostos, desregulamentação e reformas comerciais. Defende a redução de impostos corporativos e a eliminação de regulamentações em setores como energia e finanças. Além disso, Trump propõe um plano de investimentos em infraestrutura para os próximos anos. Essas diferenças podem ter impactos significativos na economia americana e nas relações comerciais com o Brasil e, consequentemente, com o Pará”, destaca Bordalo.
Minérios e Agronegócio
Na avaliação do economista, a exportação de minérios e produtos do agronegócio do Pará pode ser significativamente impactada pelos perfis dos candidatos Trump e Kamala. Ele afirma que Trump tende a adotar políticas protecionistas, o que pode aumentar tarifas sobre produtos brasileiros, incluindo minerais e produtos agrícolas do Pará.
"Isso pode afetar negativamente as exportações do estado, que é um dos maiores exportadores de minérios do país, com o minério de ferro representando cerca de 47,3% do valor total deste produto exportado pelo Brasil.
Por sua vez, “Kamala pode priorizar políticas climáticas e sustentáveis, o que pode beneficiar a produção de energias renováveis no Pará e incentivar a diversificação da economia local. Além disso, sua experiência na administração pública pode ser benéfica para a cooperação entre os dois países e para a negociação de acordos comerciais que beneficiem o Pará.
Oportunidades e Desafios
É importante notar, destaca Bordalo, que “o Pará tem uma economia fortemente dependente da exportação de produtos primários, o que pode ser um desafio para o desenvolvimento sustentável do estado. No entanto, também há oportunidades para diversificar a economia e investir em setores como energias renováveis e tecnologia”, apontou o economista paraense.
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