Unimed Belém: nova diretora-geral promete focar na melhoria da assistência ao usuário
Médica Liane Rodrigues também quer implementar avanços na valorização do cooperado
Agora sob nova direção, a Unimed Belém pode ter um novo rumo a ser desenhado. Pelo menos é o que afirma a nova diretora-geral da cooperativa, a médica pediatra e intensivista Liane Rodrigues, que concedeu entrevista exclusiva ao Grupo Liberal nesta segunda-feira (6). “Fomos eleitos em uma Assembleia Geral, com participação expressiva dos cooperados, então, a legitimidade do processo existe desde a Assembleia AGE (Assembleia Geral Extraordinária) anterior. Esta nova direção segue um caminho completamente diferente do que tínhamos anteriormente, vislumbrando um futuro para a nossa cooperativa, de estabilidade, de responsabilidade e de transparência. O usuário, a comunidade e os cooperados podem ter a certeza de que é esta diretoria que vai seguir nos próximos dois anos à frente da Unimed Belém”, pontuou a médica.
A nova diretoria da cooperativa foi eleita por meio de Assembleia Geral realizada no último domingo (5), em um hotel da capital paraense. Dos 1.971 cooperados, 973 compareceram e a maioria deles, mais de 63%, escolheram a chapa 1 “Avante Unimed”, composta pela atual diretora-geral interina, Liane Rodrigues, e pelos médicos Eduardo Carvalho, Áurea Nunes e Katsuro Harada, que comandarão a entidade no período 2023-2025.
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A eleição ocorreu após vários entraves jurídicos, desde que uma AGE realizada ainda em janeiro destituiu a então diretoria executiva da cooperativa, que chegou a ser reconduzida ao cargo e depois afastada novamente, em decisão judicial de fevereiro. Esta nova eleição, segundo a diretora-geral, seguiu os trâmites previstos no estatuto social da cooperativa e, por isso, ela acredita, não será invalidada.
Quem é Liane Rodrigues, nova diretora-geral da Unimed Belém?
Liane Rodrigues tem 50 anos de idade e mais de 20 deles dedicados à medicina. Mãe de dois filhos, ela é formada pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), e pós-graduada em São Paulo, nas áreas de Pediatria e Medicina Intensiva Pediátrica, além de ter cursos nos campos de gestão e liderança. Cooperada da Unimed desde 2001, coordena a Unidade de Terapia Intensiva da cooperativa desde 2013.
A médica conta que enfrentou muitas barreiras ao longo da sua formação, como ocorre com a maioria das mulheres brasileiras e nortistas, mas que hoje se sente preparada para enfrentar o desafio de gerir a Unimed Belém, que conta com mais de 270 mil usuários, entre pessoas físicas e jurídicas. “Eu realmente me preparei para estar aqui. E busco essa representatividade da mulher há muito tempo, em todas as equipes nas quais trabalhei. Hoje, vemos mulheres negras, indígenas, mulheres gerenciando equipes e com resultados fantásticos. Me sinto orgulhosa de ocupar este posto neste momento histórico, para fazer a diferença não só para a Unimed Belém, mas como para toda a sociedade”, assegura ela, que é a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora-geral da entidade.
Segundo Liane, os dois principais focos desta nova gestão da Unimed Belém serão a valorização dos cooperados e a otimização da jornada do paciente que busca a assistência médica, que, para ela, ainda sofre com alguns entraves e gargalos. “Nós sabemos que hoje temos realmente problemas em relação aos fluxos dentro dos nossos hospitais, por isso, queremos fazer com que essa jornada do paciente, desde o momento em que ele adentra ao hospital até a sua saída, seja mais eficaz, mais veloz e mais satisfatória. É isso que nós queremos dar ao nosso cliente, uma melhor assistência médica”, frisou.
De acordo com a diretora, a primeira unidade que está recebendo essa revisão de procedimentos é o Hospital Prime, onde há um grande fluxo de pacientes. “O Prime é um hospital com estrutura adequada, parque de imagens fantástico, toda a parte de hemodinâmica e ressonância moderna e funcional. A gente só precisa operacionalizar tudo isso de forma que seja realmente de fácil acesso ao nosso cliente”, observa. Para ela, existem períodos do ano de maior busca por assistência médica, por isso, a cooperativa precisa se preparar continuamente para que, nesses momentos, consiga oferecer o melhor atendimento. “A partir do momento em que a gestão é assertiva e se prepara para que, nesses períodos, consiga fazer o fluxo andar e oferecer ao paciente toda a jornada de atendimento, o impacto é muito menor e é isso que queremos fazer”, aponta.
Ainda segundo a diretora-geral, hoje, a Unimed Belém vive uma situação econômica viável e o objetivo, como dito anteriormente, é valorizar o cooperado ainda mais. “O que nós precisamos é trabalhar todos os fluxos internos para valorizar ainda mais o cooperado, que hoje tem o seu pagamento em dia. E isso depende apenas de nós, do nosso trabalho, e, principalmente, do trabalho dos gestores. Precisamos gerir melhor a cooperativa, para que se consiga incrementar o valor da consulta, o valor do plantão e assim por diante”, concluiu.
Provisórias
Apesar da eleição e posse da nova diretoria executiva da Unimed Belém, para a advogada Hannah Bibas, que representa a diretoria anteriormente destituída da cooperativa, todas as decisões tomadas até aqui, sejam elas favoráveis ou contrárias a qualquer parte, são provisórias, já que são baseadas em uma tutela que, no linguajar jurídico, é tida como precária ou superficial. “Justamente por isso, todos os atos praticados até aqui estão sub júdice, de modo que todas as medidas e recursos cabíveis serão regularmente utilizados para combater as ilegalidades existentes. Existe sim recurso pendente de análise e o processo está pendente de sentença também. Se provado que houve nulidade, tudo o que aconteceu depois da AGE (de janeiro) é abrangido”, explicou.
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