Vereador é investigado por xenofobia contra baianos: 'Gente que vive tocando o tambor’; vídeo
Fala do parlamentar se deu quando foram resgatadas mais de 200 pessoas de trabalho análogo á escravidão
O Ministério Público do Rio Grande do Sul decidiu abrir duas investigações para analisar as declarações do vereador Sandro Fantinel, do Patriota, em que ele aconselha empresários do setor agrícola a não contratarem pessoas da Bahia, chamando os baianos de "gente que vive na praia tocando o tambor" e "acostumado com carnaval e festa". As investigações serão realizadas nas esferas criminal e civil, com o objetivo de avaliar possível violação de direitos humanos e dano coletivo.
De acordo com o procurador-geral de Justiça, Marcelo Lemos Dornelles, o caso foi encaminhado à Promotoria de Justiça Criminal de Caxias do Sul e para a Promotoria de Justiça com atribuição em matéria de Direitos Humanos. As declarações "preconceituosas do vereador, uma pessoa pública em exercício de mandato eletivo, proferidas na sede do Parlamento municipal, atingiu não apenas o povo nordestino, haja vista a ampla repercussão do caso em todo o País", afirmou.
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Polícia Civil vai apurar o caso como possível crime de racismo
A Polícia Civil já abriu inquérito para apurar o caso em tese pelo crime de racismo. O delegado responsável pelo caso oficiou a Câmara de Caxias do Sul na manhã desta quarta-feira (1º), para obter o vídeo que registra as falas de Sandro Fantinel. As gravações foram entregues à Polícia Civil no início da tarde.
Os investigadores vão ouvir pessoas que participaram da sessão da câmara da cidade gaúcha na terça-feira (28), para esclarecer o episódio. O vereador só deve ser ouvido na fase final do inquérito, que tem prazo inicial de 30 dias.
A declaração de Fantinel ocorreu durante sessão da câmara da cidade gaúcha, em referência ao resgate de mais de 200 pessoas, muitas da Bahia, que foram submetidas a situação análoga à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves.
Sandro Fantinel aconselhou agricultores e empresas agrícolas a não contratarem mais "aquela gente lá de cima", referindo-se ao estado da Bahia, no nordeste. Ele afirmou que "com os 'baianos', que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando o tambor, era normal que tivesse esse tipo de problema (de trabalho análogo à escravidão)" e completou dizendo: "Deixem aquele povo, que é acostumado com carnaval e festa, para vocês não se incomodarem novamente".
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