Liderança Agroindígena é a segunda convidada a depor na reunião da CPI das ONGs de hoje
Luciene Kujãesage Kayabi defendeu a autonomia dos indígenas e destacou que as organizações não governamentais privam as comunidades de direitos
Luciene Kujãesage Kayabi, liderança do movimento Agroindígena que atua como assistente jurídica nas relações de suas nações com entidades públicas e privadas, é a segunda convidada da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das organizações não governamentais (ONGs) a depor nesta terça-feira (04). Ela começou seu discurso se apresentando e contando um pouco da realidade que viveu quando era criança.
Os relatos da depoente vieram após o conselheiro ambiental de Altamira, Marcelo Norkey, falar sobre a atuação das ONGs nas comunidades ribeirinhas do Pará e a degradação ambiental que não tem sido contida. Segundo ele, órgãos de fiscalização ambiental, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), são os grandes responsáveis pelas altas taxas de desmatamento que são vistas na Amazônia.
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Luciene afirmou que “as ONGs manipulam, do início ao fim, os sonhos dos povos indígenas de ser independente, e assim, eles desenvolvem as falácias de que vamos perder a cultura. Portanto, se nós não mudarmos a nossa mente e a forma de lutarmos de verdade pelos povos indígenas, não vamos estar fazendo nada pela vida deles, mas apoiando essas ONGs fazerem o que sempre fizeram, arrecadar dinheiro do exterior e do governo brasileiro”.
“Nós queremos plantar, viver da nossa terra, do nosso suor. Eu gostaria muito de entender essa complexidade mental, atrasada, que fala que agroindígena é veneno, que fala que agroindígena não vai trazer vida. A agroindígena que planta que coloca na mesa de vocês o pão de cada dia, que sustenta cada um de nós, é o que trouxe vida da humanidade. Nós nunca mais paramos de nos alimentar de produtos que vem do agro”, afirmou Luciene.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi criada no Senado Federal para investigar o repasse de verbas públicas e privadas às organizações não governamentais (ONGs) - incluindo recursos do Fundo Amazônia e dinheiro recebido do exterior. Ainda na pauta da sessão desta terça-feira (04), está Miguel dos Santos Correa, cacique da aldeia Bragança, localizada no município de Santarém, no estado do Pará
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