Capitania dos Portos dá dicas de como fazer uma viagem segura de lancha neste fim de ano, no Pará

Em 2023, a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) registrou 4 acidentes envolvendo lanchas, mesmo número computado, até agora, em 2024

Dilson Pimentel
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As circunstâncias da morte de Kellen Thaynara Nascimento de Abreu, de 26 anos, que desapareceu no dia 16 deste mês, durante um passeio de lancha quando estava na região da ilha do Combu, em Belém, estão sendo investigadas pela Polícia Civil. Mas esse fato suscitou o debate sobre os cuidados que devem ser adotados para se ter uma navegação segura pelos rios da região, sobretudo quando os passeios são em lanchas.

É que, nesta época do ano, é comum amigos alugarem lanchas e outras embarcações para passeios pelos rios da região. Em 2023, a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) registrou 4 acidentes envolvendo lanchas. Em 2024, também foram computadas 4 ocorrências. No Pará, a Capitania tem uma área de jurisdição de mais de 630 mil km² e atende 116 dos 144 municípios paraenses.

A Marinha está realizando a “Operação Navegue Seguro”, cujo tema deste ano é: “Fique ligado. Você é o capitão. Navegar com segurança é a sua melhor opção”. “Nós estamos reforçando as nossas equipes de inspeção porque são épocas do ano associadas a períodos de férias escolares e também períodos de festas onde há uma intensificação do tráfego aquaviário, normalmente das embarcações de esporte recreio que são aquelas lanchas, jet skis, veleiros mas também do transporte de passageiros”, disse o Capitão dos Portos da Amazônia Oriental, Capitão de Mar e Guerra Ewerton Rodrigues Calfa.

Essa é uma atividade que a Capitania realiza todos os dias do ano - sábados, domingos e feriados. “Mas que, devido ao aumento do tráfico nessa época do ano, nós também reforçamos as nossas equipes de inspeção”, afirmou. Neste trabalho, as equipes verificam diversos itens de segurança: coletes salva-vidas, balsas salva-vidas e extintores de incêndio. Também é verificado o estado geral de conservação da embarcação. “Verificamos também a questão da superlotação, o excesso de carga. O excesso de carga não é só da carga propriamente, mas também do passageiro. É importante lembrar que cada embarcação foi construída para suportar uma determinada quantidade de carga, de peso. Se eu excedo esse peso, eu coloco a vida de todos a bordo em risco”, disse.

image A Marinha está realizando a “Operação Navegue Seguro”, cujo tema deste ano é: "Fique ligado. Você é o capitão. Navegar com segurança é a sua melhor opção” (Foto: Igor Mota/O Liberal)

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Comandante Calfa: "Não se pode, de forma alguma, consumir bebida alcoólica e conduzir uma embarcação"

A Capitania também observa se a tripulação está completa e se todos têm a devida habilitação para conduzir a embarcação. Também é verificado se a pessoa que está conduzindo a embarcação fez a ingestão de álcool. “Temos etilômetros que medem se o condutor está conduzindo sob efeito de álcool ou não. Essa é uma infração grave, pois coloca em risco a segurança de todos a bordo”, disse.

Ainda segundo o comandante Calfa, as principais irregularidades constatadas nessas fiscalizações dizem respeito à inscrição da embarcação e também à habilitação dos condutores e de sua tripulação - se as tripulações incompletas ou com habilitação insuficiente para conduzir determinado tipo de embarcação e fazer determinado tipo de navegação.

O Capitão de Mar e Guerra Calfa também falou sobre esses passeios pelos rios da região. “Eu não posso, de forma alguma, fazer consumo de bebida alcoólica e conduzir uma embarcação. Eu vou estar com as minhas condições alteradas, o meu senso de distância, o meu raciocínio vai ser mais lento. Acaba que eu coloco em risco todas as vidas a bordo”, disse.

Mas tão importante quanto a fiscalização é a conscientização. “Você que vai pegar sua embarcação para curtir o momento de lazer ter em mente as regras de comportamento na navegação nos rios, no mar”, disse. “Se você vai conduzir sua moto aquática, lembre que você não pode ter uma criança com menos de 7 anos, mesmo que ela esteja com colete de salva-vidas. Também não pode se aproximar de banhistas. Fazendo uma analogia com o trânsito, o banhista é como se fosse um pedestre. Então eu tenho a responsabilidade de me manter a pelo menos 300 metros de qualquer banhista para não colocar a vida dele em risco. E, obviamente, ser cuidadoso prudência nas decisões que for tomar”, contou.

O comandante Calfa disse que é preciso ter cuidado para, durante esses passeios, pular no rio para tomar banho: “Evite pular na água se você fez ingestão de bebida alcoólica, se você não sabe nadar. E, se for para a água, que vá com o colete salva-vidas. Mesmo que você saiba nadar, nós estamos numa região de correntes fortes, de correntezas fortes, então se você não está usando colete salva-vidas, você está colocando a sua vida em risco”. Também se deve evitar fazer navegação noturna se a embarcação não estiver preparada para tal.

image A Marinha está realizando a “Operação Navegue Seguro”, cujo tema deste ano é: "Fique ligado. Você é o capitão. Navegar com segurança é a sua melhor opção” (Foto: Igor Mota/O Liberal)

Ele comentou ainda sobre a operação “Navegue Seguro”, que está em andamento. Começou dia 16 e vai até 25 de janeiro de 2025. “Já temos mais de 40 embarcações abordadas e algumas notificadas”, disse. O comandante aproveitou para, mais uma vez, fazer um apelo à população: “Cobre também os quesitos de segurança. Se você vai passear e verifica alguma situação de uma irregularidade, alguma coisa que coloque em risco a sua segurança, denuncie à Capitania dos Portos”, disse.

“Faça sua denúncia. Mandaremos uma equipe da Capitania para averiguar. Se a tripulação tiver transgredindo alguma norma da lei de segurança de tráfego aquaviário, dependendo do que for transgredido, nós temos diversos tipos de notificação. Pode virar uma multa e até mesmo apreensão ou impedimento de saída daquela embarcação”, afirmou.

Como denunciar:

A Marinha do Brasil coloca à disposição do cidadão os telefones do Disque Emergências Marítimas e Fluviais (185) e o contato da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) (91) 98134-3000, para receber denúncias e informações a respeito de qualquer situação que possa afetar a salvaguarda da vida humana no mar e vias navegáveis, a segurança da navegação, ou que represente risco de poluição ambiental.

 

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