Outeiro poderia arrecadar mais de R$ 40 bilhões como rota de exportação, avalia economista
Projeto seria beneficiado pelos incentivos ao transporte de cargas anunciado pelo ministro dos transportes nesta sexta-feira (23)
A falta de logística e investimento em rotas ferroviárias e rodoviárias estratégicas afeta o potencial econômico do Pará, segundo o economista e consultor da Câmara de Logística do Ministério da Agricultura Luiz Fayet, que atua há pelo menos 25 anos na região norte. A avaliação dele foi provocada pelo anúncio de mais investimentos em rodovias e ferrovias, feito pelo ministro dos transportes, Renan Filho, no programa “Bom dia, Ministro” desta quinta-feira (23). Para o economista, entre outros investimentos, “nós precisamos acelerar o projeto do terminal de Outeiro, uma área que está semi pronta para ser concluída como um terminal de 15 milhões de toneladas”, um montante de em média R$ 40.090.275.000, afirma.
Os planos de desenvolvimento do ministro no transporte de cargas inclui a ferrovia norte-sul, que liga o município de Açailândia (MA), ao de Barcarena (PA), para incentivar a produção e o seu escoamento para a comercialização. O consultor reforça que “não há porque produzir mais do que se pode exportar”, dessa forma, é essencial investir na capacidade de circulação de carga. Nesse sentido, ele indica prioritariamente o projeto do terminal portuário no distrito de Outeiro, região insular de Belém, como a opção mais viável e lucrativa.
O potencial estimado para o porto em Outeiro é de 15.000.000 de toneladas, segundo Fayet, que trabalha no projeto desde 2013. Quando considerado o valor de referência na entrega ao consumidor, calculado em US$ 450 por tonelada, o que resultaria em um lucro de aproximadamente US$ 6.750.000.000 (R$ 40.090.275.000). Com esse potencial, o economista avalia que o porto seria um forte competidor em relação a outras regiões do país.
“O segundo porto que mais exporta grãos depois de Santos, é o de Paranaguá, que exporta 21 milhões de toneladas. Veja, só Outeiro exportaria três quartos do que o segundo maior. Esse terminal é na minha opinião a prioridade zero para esta região”, afirma.
Outra das vantagens deste projeto, segundo ele, é o fato de já contar com parte da estrutura necessária, o que reduziria os gastos para sua conclusão e o tempo necessário de construção. Uma vez pronto, ainda ajudaria o estado a alcançar as produções do Mato Grosso, que já estão no radar da região centro Oeste, mas que seriam facilitadas se transportadas pelo Pará, graças à proximidade dos estados e a facilidade de saída por mar do Pará.
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No mesmo embalo, outras ferrovias são destacadas por Fayet como “essenciais no processo” de desenvolvimento da produção e economia paraense. Ele se refere a Ferrogrão, “que seria fundamental para impulsionar as operações em Santarém”. Os investimentos nas ferrovias para as diferentes regiões se somam e apontam um caminho que também influencia na geração de empregos, sejam sobre os recursos para os trabalhadores no campo ou para os indiretos que precisam existir desde o processo de construção das estruturas, assim como na operação em si.
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