Castanha-do-pará: exportações caem em 2024, mas valor total tem aumento; entenda

Segundo o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural (Diepsac) da Fapespa, Márcio Ponte, a redução na exportação se deu por causa do aumento de juros pelos Estados Unidos, principal comprador da castanha do Brasil.

Tamyres Damasceno, Especial para O Liberal

No Pará, o volume de castanha-do-pará exportado em 2024 foi de cerca de 2 mil toneladas, uma redução de 20% em comparação ao ano de 2023. Apesar da queda na exportação, o aumento de juros proporcionou um faturamento de cerca de 16 milhões de dólares, segundo informações divulgadas pela Fapespa (Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas).

Segundo o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural (Diepsac) da Fapespa, Márcio Ponte, a redução na exportação se deu por causa do aumento de juros pelos Estados Unidos, principal comprador da castanha do Brasil. “Com as propostas de Trump, de redução de juros e incentivos para o aquecimento da economia, espera-se que os produtores retomem a produção para exportação, pelo menos nos patamares de 2023”, afirmou.

Apesar da queda no volume de exportação da castanha, o aumento de juros significou um aumento no valor exportado. “Nós alcançamos a marca de cerca de 16 milhões de dólares, pouco mais de 16 milhões de dólares, apesar da redução da produção por conta do aumento de juros e isso gerou um incremento de 24% no volume de riqueza produzida na exportação da castanha-do-pará”, explicou o diretor da Diepsac, Márcio Ponte.

Os principais destinos da castanha-do-pará produzida no estado seguem para os Estados Unidos, responsável por 25% da exportação, seguido do Canadá, com 22%, e em terceiro a China, com 11%. “Então se por um lado o aumento da política de juros no ano de 2024 reduziu o volume de castanha-do-pará exportado, por outro lado ele aumentou a riqueza produzida desse bem precioso”, acrescentou Márcio Ponte, diretor da Diepsac.

Segundo ele, o estado do Pará é marcado economicamente pela produção de commodities, produtos primários, como agrícolas e minerais, utilizados como base para a produção de produtos mais complexos. Ele afirma que essa produção “além de impactar positivamente na balança comercial paraense, a retomada da produção gerará emprego, renda e riquezas para o estado”.

Procura

Para a cortadora de castanha Nívia Cristina dos Santos, que trabalha com esse setor há mais de 18 anos, a castanha-do-pará é tão procurada por paraenses quanto por turistas. “Aqui no nosso estado as pessoas comem todo dia duas castanhas e em outro estado as pessoas comem a torrada porque ela dura mais tempo. Aqui, fora da geladeira, dura 24 horas, na geladeira ela vai durar de 20 a 30 dias. Nós temos o privilégio de comer natural”, conta.

A safra da castanha-do-pará segue de janeiro a abril, mas Nívia explica que durante esse período é feito um estoque para continuar as vendas nos últimos meses do ano. “Até abril nós temos bastante castanha e nesse período a gente tem que comprar para quando chegar a falta a gente ter”, explica.

Os preços variam entre R$80 a R$100 reais e as castanhas podem ser compradas de forma torrada ou fresca, cortada na hora. “Um pacote de castanha torrada custa R$80. E a fresca, essa que eu corto na hora, também custa R$80 o quilo. Nós vendemos pacotes de R$10, R$20. Depende do tipo e do tamanho, por exemplo, a castanha média, ela custa R$80 o quilo. A castanha grande custa 100 reais o quilo”, detalha a cortadora de castanhas, Nívea dos Santos.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA