Dira Paes será homenageada no Festival de Cinema Brasileiro de Paris: 'É muito importante para mim'
Atriz paraense ganhará o Troféu Jangada e terá cinco filmes exibidos no festival, no ano em que completa 40 anos de carreira

Dira Paes será a grande homenageada do 27º Festival de Cinema Brasileiro de Paris, realizado na capital francesa entre os dias 29 de abril a 6 de maio. No ano em que comemora os 40 anos de carreira, a atriz e diretora paraense terá sua trajetória relembrada no tradicional cinema de rua L’Arlequin, na noite de abertura do evento. A homenagem, em um momento emblemático da carreira é motivo de muita emoção para a artista, que receberá o Troféu Jangada na cerimônia de abertura.
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"Eu estou muito feliz com essa homenagem, que vem brindar um momento tão importante da minha vida, dentro desse festival que está na sua 27ª edição e contempla os parisienses com o que tem de melhor e mais atual do cinema brasileiro. Ser homenageada diante desse público é um reconhecimento muito grande e importante para mim", contou Dira, ao Grupo Liberal.
Ao longo dos 40 anos como atriz, Dira estrelou em mais de 40 produções no cinema e 20 na televisão. Ao relembrar a trajetória, a homenageada do festival diz que a sensação é de ter alcançado um sonho, além de sentir orgulho dos passos trilhados até aqui.
"É um sentimento curioso, porque tem uma certa nostalgia envolvida. Eu olho para esses 40 anos de carreira com orgulho, relembrando momentos tão importantes, marcantes na minha trajetória, e percebendo que eu cumpri o meu prometido. Lembro que, logo no início, eu falava 'eu quero ter 40 anos de carreira', e 'quero ter pelo menos 40 longas-metragens', e consegui. Acho que eu estou no meu 42º. Isso é um feito e tanto para quem começou no cinema e continua no cinema brasileiro."
A programação da diretora e curadora do festival, Katia Adler, conta com cinco longas que trazem Dira no elenco. O público poderá conferir “Anahy de las Misiones” (1997), de Sérgio Silva; “Órfãos do Eldorado” (2015), de Guilherme Cezar Coelho; “A Floresta das Esmeraldas” (1985), de John Boorman; “Manas” (2024), de Mariana Brennand Fortes; e “Pasárgada” (2024). Este último é outro marco na carreira da paraense, pois marca sua estreia como diretora de um longa-metragem de ficção, também protagonizado e escrito por ela.
Sobre "Pasárgada"
Em "Pasárgada", Dira dá vida à Irene, uma ornitóloga de 50 anos que mergulha em uma viagem sensorial de resgate dos seus desejos durante uma pesquisa secreta na floresta tropical. A inspiração para a produção veio do poema homônimo, de Manoel Bandeira, durante a pandemia. Naquele momento, a artista desejava, assim como o autor, viver em um lugar onde não tivesse problemas, onde todos os sonhos fossem realizados, e a tranquilidade reinasse.
"Acho que era como nós estávamos nos sentindo durante a pandemia. A gente desejava ter um paraíso só nosso. Esse também foi o meu tempo de observação da vida, da natureza e dos pássaros. Então, eu juntei essa liberdade dos pássaros, que tinha tempo de prestar atenção, durante aquele período tão difícil. Eles me inspiraram nesse desejo de estar livre e não presa dentro de um universo pandêmico. Esse voo de Irene é um voo de alerta para falar sobre os nossos representantes da liberdade, as asas de um pássaro."
"Pasárgada é fruto da minha inquietação como atriz também, o desejo de experimentar um momento por trás das câmeras, a vontade de realizar um projeto ao lado do Pablo Baião, que é meu marido e diretor de fotografia. Ter conseguido passar por todas as etapas do fazer cinematográfico, dessa artesania, me dá muito orgulho porque Pasárgada tem um recado para o mundo, urgente", complementa a atriz.
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