Vera Fischer quebra silêncio sobre Hitler, drogas e masturbação
Artista abriu o coração sobre sua vida pessoal no último domingo (27), no programa Fantástico

No mês da conscientização sobre o autismo, o programa “Fantástico” lançou o quadro “Pode Perguntar”, em que todas as entrevistas são conduzidas por profissionais dentro do espectro autista. Inspirado em um formato internacional de uma revista francesa, o projeto chega ao Brasil prometendo conversas autênticas e humanas.
“A gente fala que quem conheceu um autista conheceu um autismo”, destacou a psiquiatra Daniela Bordini. “Cada um tem seu jeito, sua espontaneidade, sua sinceridade.”
Para a estreia, o programa escolheu a atriz Vera Fischer. Em conversa conduzida pela atriz Amanda Nascimento e pelo doutorando Marcelo Abreu, Vera abriu sua vida como nunca. O formato já recebeu nomes como Emmanuel Macron e Antonio Banderas em outros países.
Relação com o pai
Logo no início, Vera foi questionada sobre sua relação com o pai, um alemão que imigrou para o Brasil na Segunda Guerra Mundial. Ela revelou que ele acreditava nos discursos de Hitler e chegou a lhe oferecer um exemplar de "Mein Kampf", prontamente recusado. “Depois, ele me deu uma coleção de Dostoiévski”, lembrou.
Marcelo Abreu também abordou a época da pornochanchada brasileira. Vera explicou que, nos anos 70 e 80, o cinema era uma forma de resistência artística diante da censura militar. "A gente queria fazer algo mais leve e, ao mesmo tempo, transgredir”, afirmou.
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Fama e o peso de ser símbolo sexual
Outro momento impactante foi quando a atriz refletiu sobre a fama e o rótulo de símbolo sexual. Segundo Vera, o endeusamento como “deusa” — principalmente após a novela Jocasta — nunca a deixou confortável. Aos 73 anos, ela descreve uma relação muito mais saudável com o espelho: realista, tolerante e sem as pressões do passado.
Sexo e masturbação
Sem tabus, Vera Fischer também falou sobre sua vida sexual atual. De maneira espontânea, contou: "Eu tô com 73 anos, sabe como eu faço sexo? Eu comigo mesma. Já ouviu falar em masturbação? É ótimo. Uma terapia maravilhosa. Você não precisa do outro. Gosto muito de saber de mim, de gostar de mim." A fala repercutiu fortemente nas redes sociais, sendo vista como um símbolo de autoconhecimento e liberdade.
O envolvimento com drogas
Em um dos momentos mais sensíveis da entrevista, a atriz abordou o tema das drogas. Vera admitiu que já usou cocaína, mas ressaltou que conseguiu parar sozinha, sem precisar de apoio externo. "A cocaína dá um poder para a pessoa. A pessoa se sente muito poderosa. Eu nunca precisaria disso", confessou.
Ela também relativizou o episódio, dizendo que, embora tenha experimentado, não foi algo que a dominasse ou destruísse sua vida.
Uma nova fase
Atualmente, Vera Fischer se dedica a projetos pontuais, como um filme comemorativo dos 60 anos da TV Globo. No entanto, ela contou que prefere aproveitar o tempo livre em casa, lendo e cultivando momentos de simplicidade e introspecção.
"Agora, eu gosto muito de ficar em casa, ler meus livros", disse, encerrando a entrevista de forma serena.
(Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Mirelly Pires, editora web de Oliberal.com)
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