Varíola dos macacos: Grande Belém tem sala de situação para montar estratégia contra a doença
“Se houver necessidade de internação, a gente está de prontidão para atender”, garante o diretor de Vigilância em Saúde da Sesma
Após o primeiro caso de monkeypox (varíola dos macacos) ter sido confirmado em Belém, na manhã desta terça-feira (2), a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) diz que continua montando estratégias de enfrentamento à doença em conjunto com a Secretaria Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), o Instituto Evandro Chagas (IEC) e a Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua (Sesau), cidade onde o paciente de Belém foi notificado primeiro, no dia 23 de julho.
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De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde da Sesma, Adriano Furtado, a equipe se reúne diariamente no Centro de Investigação e Estratégia em Vigilância em Saúde (Ciev): “É uma sala de situação onde a gente discute medidas de prevenção e controle dos casos, desde antes do aparecimento do primeiro caso confirmado. Nós já vínhamos conversando diariamente, aos fins de tarde, sobre o cenário envolvendo a monkeypox”.
Casos passam por classificação específica
Adriano Furtado explica que as secretarias recebem informações sobre pacientes que buscam unidades de atendimento e fazem a análise dos casos, seguindo um protocolo de classificação:
“A palavra suspeito, para nós, é um termo técnico, usado quando o paciente se enquadra em uma série de critérios: ter sintomas, como as lesões na pele, ter viajado para locais com casos confirmados ou ter tido contato com alguém diagnosticado, entre outros”.
Segundo o diretor de vigilância em saúde, pacientes que apresentem apenas lesões na pele, mas sem outros fatores associados, não são tidos como suspeitos, mas como casos sugestivos. Ao atender a mais critérios, o caso passa ser considerado suspeito e vai, então, para análise:
“Como as lesões se confundem com outras doenças, inclusive com alergias, picadas de insetos e outras infecções virais também, a gente faz o diagnóstico diferencial e a contraprova. Só então a gente define se o caso é confirmado ou descartado”, explica Adriano.
O diretor informa, ainda, que a monkeypox não é uma doença considerada grave, sendo considerada autolimitada, ou seja, que evolui naturalmente para a cura. Os maiores riscos são para pessoas com algum comprometimento imunológico, que têm mais chances de apresentar complicações. Além disso, a varíola dos macacos também tem menor transmissibilidade que a covid-19, pois precisa do contato direto com as secreções infectadas, seja das feridas ou gotículas de saliva.
Situação de emergência deve mobilizar indústria farmacêutica
Quanto à vacinação, Adriano Furtado avalia que, após a declaração de estado de emergência assinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a indústria farmacêutica está mais à vontade para produzir novamente o imunizante, que parou de ser comercializado há 40 anos, quando a varíola humana havia sido erradicada na maior parte dos países. Além disso, o diretor de vigilância garante que o sistema de saúde está preparado para atender aos casos:
“A partir do documento da OMS, a vacina já começou a ser produzida em alguns países e já tem distribuição em alguns lugares também. No Brasil ainda não chegou. Mas a população precisa ficar consciente de manter a calma, sabendo que os órgãos de saúde estão monitorando os casos e, se houver necessidade de internação, a gente está de prontidão para atender”, afirma.
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