Naufrágio na Ilha de Cotijuba: pescadores que salvaram vítimas recebem medalha em Belém
Os pescadores José Learte Lemos, José Cardoso Lemos, José Carlos Santiago Lemos e Rubson Alexandro Lemos receberam a medalha da Ordem do Mérito Grão-Pará Grau Cavaleiro. Eles salvaram 50 vítimas de naufrágio que ocorreu dia 8 de setembro
Os pescadores José Learte Lemos, José Cardoso Lemos, José Carlos Santiago Lemos e Rubson Alexandro Lemos, responsáveis por salvar pelo menos 50 vidas durante o naufrágio na Ilha de Cotijuba que vitimou uma embarcação que fazia a travessia do Arquipélago de Marajó para Belém, no último dia 8 de setembro, receberam a medalha da Ordem do Mérito Grão-Pará Grau Cavaleiro nesta segunda-feira (26).
A homenagem foi realizada pelo Governo do Pará, durante solenidade no Palácio dos Despachos, Sede do Poder Executivo Estadual, em Belém. Autoridades estaduais são unânimes ao afirmar que, se não fosse a ajuda de pescadores, a tragédia poderia ter mais vítimas.
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Esse grupo de pescadores, liderado por José Cardoso Lemos, o Zezinho, resgatou mais de 50 pessoas com vida, além de nove corpos. Presentes na solenidade, foram unânimes ao afirmar que agiram por instinto para salvar as pessoas.
“O sentimento desta homenagem é de gratidão. Não tenho palavras para dizer. As pessoas nos ligam chamando de heróis, mas foi algo que fizemos de coração. Nunca imaginei chegar onde cheguei e até falar com o governador”, disse Zezinho.
“O sentimento é de gratidão eterna para eles. Merecem muito mais. Todo reconhecimento que estão tendo é muito pouco. Eu como mãe só tenho que agradecer por terem trago a vida do meu filho de volta. E até pela minha mãe, que mesmo sem vida, nos permitiu a despedida”, agradeceu Laiane Batalha, mãe de Daniel Batalha, que foi resgatado com vida.
Em pronunciamento na solenidade, o governador Helder Barbalho afirmou que a condecoração aos envolvidos é um reconhecimento dos paraenses ao resgate realizado e, além do que, o ato realizado por eles é um exemplo de solidariedade e amor ao próximo.
“Em nome do Estado do Pará quero dizer da honra e, acima de tudo, que esse gesto representa o reconhecimento pelo ato heróico, bravura e solidariedade de cada um dos senhores”, relatou o chefe do Poder Executivo Estadual durante a solenidade.
“Não poderíamos deixar de reconhecer, em nome da sociedade paraense, exemplos que ficam marcados em nossa história, onde quatro homens, pescadores, ao perceberem a gravidade dos fatos, tiveram a coragem e iniciativa de, mesmo colocando suas vidas em risco, salvar dezenas de irmãos e irmãs”, ponderou o governador.
Ações após o naufrágio
Ainda sobre o andamento das ações após o naufrágio, o governador Helder Barbalho informou que o Estado está em fase de contratação da empresa que será responsável em retirar a embarcação do fundo do rio. O governador também explicou que essa medida vai auxiliar nas buscas por vítimas e fornecer mais elementos para as investigações sobre o acidente.
“Caberia a empresa fazer o içamento da embarcação. Tomamos a decisão de que o Governo do Estado irá se responsabilizar por isso para não aguardar a iniciativa do privado. Temos que buscar uma pequena jovem que está desaparecida. Não podemos descansar enquanto esse conforto não chegar até a sua família. Isso também vai permitir o aprofundamento das investigações sobre a causa deste naufrágio tráfico”, completou Helder Barbalho.
Contratação
Seguindo a tramitação processual necessária para contratação da empresa responsável pelo resgate da embarcação naufragada, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) tornou público, no Diário Oficial do último dia 20, que será vai realizar na próxima segunda-feira (03) uma licitação na modalidade pregão eletrônico por critério de menor preço para contratação de empresa especializada na prestação de serviços de içamento e remoção da embarcação.
“Em princípio, a responsabilidade deste resgate da embarcação seria da empresa proprietária que em termo declaração na Polícia Civil informou não ter condições. Também seria da Marinha do Brasil que investiga as causas, mas informou que só faria se houvesse risco à navegação, o que informaram não ser o caso. O Estado então assumiu a responsabilidade”, detalhou o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado.
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