Naufrágio na Ilha de Cotijuba: 'Piores condições possíveis', diz bombeiro sobre o risco das buscas

Os mergulhadores estão fazendo trabalhos de revezamento que tornam as buscas quase ininterruptas durante quase todo o dia, com foco nos horários em que a maré baixa

Camila Guimarães

O Corpo de Bombeiros Militar do Pará, que está nas buscas por desaparecidos do naufrágio da lancha "Dona Lourdes II", próximo à ilha de Cotijuba, aponta que a operação é muito perigosa pela falta de visibilidade e força da correnteza. As buscas chegaram ao oitavo dia nesta quinta-feira (15) e não há previsão para encerramento. O tenente-coronel Ricardo Pereira, do CBMPA e coordenador das buscas, diz que as condições de mergulho na Amazônia são as piores possíveis.

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"Como não temos visibilidade, o trabalho é no tato. A desorientação espacial e alteração termobárica dificultam a missão lá dentro da embarcação. Não temos parâmetro de quais áreas foram varridas e isso dificulta as buscas", explica o tenente-coronel. As buscas são feitas em duplas e cada turno dura cerca de uma hora e meia. Assim que uma equipe retorna, outra desce para seguir a varredura.

image As buscas são de alto risco, como explicam os bombeiros, que chegam a até 10 metros de profundida para vasculhar, no tato, a embarcação afundada (Thiago Gomes / O Liberal)

Para chegar ao fundo e vasculhar a embarcação, os bombeiros tentam aproveitar os horários em que o nível da maré está mais baixo. A profundidade pode variar de 6 a 10 metros. Cada dupla trabalha com uma corda-guia, para orientar o mergulhador a retornar. Porém, relata Ricardo, já houve rompimento dessa corda e o bombeiro que estava dentro da embarcação precisou correr para conseguir sair.

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"Mesmo com equipamentos de mergulho de última geração, as condições na Amazônia para esse tipo de mergulho são as piores possíveis, as mais desfavoráveis do planeta, com visibilidade zero e fortes correntezas. O mergulho está muito perigoso no local", concluiu o tenente-coronel Ricardo Pereira, que coordena as equipes de buscas. Ele reiterou que não há previsão para fim da operação.

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