Pará tem mais de 111 mil domicílios que não responderam ao Censo

IBGE vai revisitar algumas localidades e espera divulgar primeiros resultados da pesquisa em abril

Fabrício Queiroz

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve reforçar a atuação em 111.684 domicílios no Estado do Pará enquadrados na categoria de não resposta ao Censo 2022. O número em questão é equivalente a 4,6% do total e considera tanto aqueles que estavam ausentes e não foram encontrados no momento da pesquisa quanto aqueles que se recusaram a atender aos recenseadores. Somente em Belém foram 20.738 ausentes e 13.270 recusas, totalizando 34.008 não respostas.

Considerando todo o estado, a capital paraense tem o maior quantitativo de pendências no recenseamento, porém, proporcionalmente à população, o problema é mais crítico em cinco municípios das regiões sul, sudeste e sudoeste do Pará. São eles: Ourilândia do Norte (15,6%), São Félix do Xingu (14,9%), Jacareacanga (12,4%), Xinguara e Rio Maria (9,7%). Belém aparece na sexta colocação com índice de não resposta de 8,3%, sendo ainda mais frequente nos bairros de Batista Campos, Nazaré, Umarizal, Reduto, São Brás e Marco.

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A meta é que essa taxa caia para abaixo de 5%, por isso essas localidades devem receber uma atenção extra do órgão. “No dia 28 de fevereiro, nós encerramos a parte de cobertura. Depois entramos em um processo de apuração e criamos um comitê de fechamento do Censo. Baseado na demanda desse comitê, as superintendências estaduais estão trabalhando, revisitando algumas áreas e alguns setores censitários em função do quantitativo de domicílios que não responderam ao IBGE”, explicou o presidente interino do instituto, Cimar Azeredo, que cumpre agenda institucional nesta semana em Belém.

Em uma entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira (20), Azeredo destacou que o Censo 2022 é essencial para o planejamento de políticas públicas nas diversas áreas e nos diferentes níveis de administração. “Se a gente conseguir lograr êxito nessa operação de apuração, conseguindo reverter o que está acontecendo em alguns municípios, a gente divulga os primeiros resultados do Censo no final de abril”, afirmou.

image O presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, falou da importância do Censo para o país (Thiago Gomes / O Liberal)

Além disso, ele defendeu a estratégia adotada pelo IBGE para a divulgação da prévia da população no final do ano passado. Os dados foram encaminhados ao Tribunal de Contas da União, pois servem de base para a definição do coeficiente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Entretanto, a medida foi questionada pelos gestores locais e suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido ao impacto que causaria nos repasses.

“A prévia foi feita porque nós estávamos com o Censo não totalmente concluído, mas bem avançado e nós tínhamos uma outra opção que era divulgar uma estimativa de população, que estava com 12 anos de defasagem e sem uma contagem de população no meio da década, sendo que nós estávamos sem essa contagem e com dois anos de atraso no Censo. Ou seja, a estimativa se tornou um indicador frágil, por isso o IBGE definiu que a prévia de população era o número melhor”, declarou Cimar Azeredo.

Índice de não resposta ao Censo 2022 no Pará

  • Morador Ausente: 71.153 domicílios
  • Recusa: 40.531 domicílios
  • Total: 111.684 domicílios com não resposta (4,6% do total do estado)

Municípios com maiores índices de não resposta ao Censo 2022

  • 1º - Ourilândia do Norte - 15,6%
  • 2º - São Félix do Xingu - 14,9%
  • 3º - Jacareacanga - 12,4%
  • 4º - Xinguara - 9,7%
  • 5º - Rio Maria - 9,7%
  • 6º - Belém - 8,3%
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