Lula está em Roraima para acompanhar a situação de indígenas Yanomami
O Ministério da Saúde já havia declarado emergência de saúde pública em territórios do povo indígena e, ainda ontem, 20, Lula decretou a criação de um comitê para resolução dos problemas
O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, desembarcou na manhã deste sábado, 21, em Boa Vista, Roraima, para visitar o hospital indígena e a Casa de Apoio à Saúde Indígena para conhecer de perto a realidade dos povos Yanomami. Ainda na sexta-feira, 20, o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública nesses territórios, devido ao aumento de casos de desnutrição em crianças e ao avanço do garimpo ilegal na região.
“Somaremos esforços na garantia da vida e superação dessa crise”, escreveu Lula em suas redes sociais, antes de embarcar para Roraima, após instituir a criação do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami, também na sexta-feira, publicado em edição extra do Diário Oficial da União. O objetivo do grupo é discutir as medidas a serem adotadas e auxiliar na articulação interpoderes e interfederativa.
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O grupo é formado pela Casa Civil da Presidência da República, que coordenará o comitê, e os ministério dos Povos Indígenas; da Saúde; da Defesa; da Justiça e Segurança Pública; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Os trabalhos têm prazo de 90 dias para serem realizados, podendo ser prorrogados.
“O povo Yanomami não mais será desamparado pelo Estado brasileiro”, escreveu, nas redes sociais, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ao anunciar a instituição do comitê. Ela e outros ministros integram a comitiva do presidente Lula.
Junto com a comitiva, devem participar da visita o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP) e o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba.
Situação dos Yanomami
A situação dos indígenas é de aumento dos casos de desnutrição e de mortes evitáveis. Desde segunda-feira (16), técnicos do Ministério da Saúde já resgataram ao menos oito crianças Yanomami em estado grave e, pelo menos, 570 crianças já morreram por desnutrição e causas evitáveis, nos últimos anos.
O território Yanomami, que é a maior reserva indígena do país, também registrou, nos últimos quatro anos, avanços do garimpo ilegal. Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), pelo menos 56% da população total da Terra Indígena é afetada pelo avanço da devastação e exposição indevida de indígenas isolados.
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