Laudos para demarcação de terras indígenas serão alvo da CPI das ONGs

Antropólogos, pesquisadores e integrantes do governo serão ouvidos após o recesso parlamentar

O Liberal
fonte

A retomada dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) na Amazônia deve focar na investigação dos laudos que embasaram a criação de unidades de conservação e demarcação de terras indígenas na região. De acordo com o presidente da CPI, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), antropólogos, pesquisadores, integrantes do governo atual e ex-ministros devem ser ouvidos nas sessões que ocorrerão a partir de agosto.

Um dos requerimentos já aprovados pela comissão, mas ainda sem data de oitiva marcada é de convocação da antropóloga Deborah de Magalhães Lima, que é integrante do Conselho de Gestão Estratégica do (Instituto Socioambiental (ISA), organização que desenvolve trabalhos junto a comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas.

LEIA MAIS:

image CPI das ONG’s retoma trabalhos em agosto com depoimento de deputada indígena
Deputada indígena e jornalista que investigou organizações ambientais serão ouvidos por senadores

image CPI das ONGs da Amazônia vai investigar atuação de entidades na região
Instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado foi autorizada na última terça-feira (16)

“Vamos questionar sobre esses laudos que criaram, na ficção, mas que se tornaram realidade, reservas indígenas e áreas de proteção ambiental. Há muitas denúncias de que eles aumentam o quantitativo de indígenas, tornando o mestiço indígena, e espalham esses indígenas nas áreas que eles querem pedir para demarcar”, afirma o senador.

A CPI das ONGs conta com 96 requerimentos com convites, convocações e pedidos de informações aprovados até agora. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa; o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho; o ex-ministro do Meio Ambiente, deputado federal Ricardo Salles (PL-SP); e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República general Augusto Heleno constam entre os convocados para comparecer ao Senado Federal.

Além deles, a CPI espera ouvir João Paulo Brotto Gonçalves Pereira, ex- presidente da Natura; o presidente do Conselho de Administração da Fundação Amazônia Sustentável, Benjamin Benzaquen Sicsu; e o antropólogo Bruce Albert, que atua na ONG Comissão Pró-Yanomami. Segundo Plínio Valério, esses depoimentos ajudarão a esclarecer as denúncias feitas por indígenas nas sessões já realizadas.

“A comissão está cumprindo aquilo que se comprometeu a fazer. Trouxemos primeiro os indígenas, os caciques, que tinham reclamações sobre as suas mazelas e os seus problemas. São o que eu chamo de invisíveis, aqueles indígenas que a mídia não conhece, que o Brasil não conhece porque as ONGs se encarregam de passar a versão, a narrativa de que está tudo bem, de que os indígenas querem viver isolados, e não é verdade”, destaca o parlamentar, que parafraseia o ex-deputado federal e ex-ministro Aldo Rebelo, que diz que essas entidades atuam como uma espécie de poder paralelo.

“As ONGs hoje, no país, funcionam como terceiro poder. Elas mandam no país. Elas dominam a Amazônia, dominam o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], dominam o Ibama, dominam a Funai, dominam o Ministério do Meio Ambiente e têm gente em todos os setores que você possa imaginar, desde o Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público Federal até redações de jornais, de rádio, televisões e revistas. Eles conseguiram implementar essa agenda global, como eles chamam, aqui na Amazônia”, frisa o senador.

A CPI das ONGs foi instalada em junho passado e tem um prazo de 130 dias para apurar a aplicação de recursos públicos repassados a essas instituições entre 2002 e 1º de janeiro de 2023.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Política
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM POLÍTICA

MAIS LIDAS EM POLÍTICA