Ex-diretor da PRF nega direcionamento de ações no Nordeste para interferir nas eleições de 2022
Silvinei Vasques justificou maior ação no Nordeste por ser a região com mais crime eleitoral
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, compareceu nesta terça-feira (20) perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Golpe (CPMI) e negou que a PRF tenha direcionado suas ações na região Nordeste com o intuito de prejudicar as eleições presidenciais de 2022.
Durante seu depoimento, Vasques refutou as acusações que afirmavam que a PRF havia intensificado sua fiscalização no Nordeste durante o segundo turno das eleições. Ele explicou que a região possui nove estados, nove superintendências e a maior estrutura da PRF no Brasil, com a maior quantidade de unidades e efetivos. Além disso, destacou que o Nordeste possui a maior malha viária de rodovias federais do país.
O ex-diretor justificou as ações concentradas na região próximo às eleições presidenciais, citando a alta incidência de acidentes com vítimas e crimes eleitorais no Nordeste. "O Nordeste é onde, infelizmente nas últimas cinco eleições, foram feitas as maiores quantidades de prisões acerca de crimes eleitorais", disse.
Vasques apresentou dados que mostraram que a PRF registrou apenas 900 multas durante o período eleitoral no Nordeste, e juntamente com a Região Norte, a região teve a menor taxa de fiscalização do país. Ele ressaltou que a maior intensidade de fiscalização ocorreu no Sudeste, seguida pelo Sul e Centro-Oeste, enquanto o Nordeste e o Norte ocuparam a quarta posição, com uma média de 25 locais de fiscalização no segundo turno.
Investigação mira interferência na votação do segundo turno
O ex-diretor da PRF está sendo investigado por supostamente tentar interferir no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. A suspeita é de que a PRF tenha reforçado as blitze no Nordeste, em 30 de outubro, visando a dificultar o transporte de eleitores na região onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve mais votos no primeiro turno.
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O Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Polícia Federal (PF) a abertura de um inquérito para investigar a conduta de Silvinei Vasques, que era diretor-geral da PRF na época, em relação aos bloqueios de rodovias realizados por manifestantes que não aceitaram o resultado das eleições presidenciais. As investigações apontam que a PRF demorou para agir e foram divulgados vídeos nos quais policiais rodoviários federais orientavam os manifestantes a evitar confrontos com as forças policiais, mesmo mantendo os bloqueios. Nesse contexto, Vasques é suspeito de prevaricação.
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