Após críticas, CPMI de 8 de janeiro convoca G. Dias e ex-diretor da Abin; Lawand também vai depor
Na semana passada, a Comissão aprovou convocações e convites de nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas rejeitou de ex-ministros ou integrantes do governo Lula
Após as críticas recebidas pelo resultado da votação dos pedidos de convocação, a CPI Mista dos Atos de 8 de janeiro aprovou nesta terça-feira (20) a convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias, e do ex-diretor-adjunto da Agência Brasília de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha. Na semana passada, durante a votação dos requerimentos, nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tiveram o pedido de convocação aprovado, entre eles os ex-ministros Anderson Torres, Braga Netto e Augusto Helen e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Por outro lado, foram rejeitados os pedidos para chamar o ex-ministros ou atuais integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que chegou críticas, inclusive, do presidente da Comissão, Arthur Maia (União-BA).
Nesta terça-feira, os parlamentares aprovaram ainda a convocação do coronel Jean Lawand Júnior, que aparece nas gravações divulgadas semana passada conversando em tom golpista com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
"Nosso esforço deu certo. Aprovado requerimentos para depoimentos do General GDias e do ex-diretor da ABIN, Saulo Cunha. Também aprovamos requerimentos de compartilhamento dos inquéritos em segredo de justiça que tramitam no STF sobre os fatos de 8 de janeiro, comemorou em seu Twitter o presidente da CPMI.
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"Eu, junto com a relatora, combinamos com a aprovação em entendimento, por acordo, do requerimento de convocação do G.Dias e do Saulo Moura. E, também por acordo, para colocar um item extra pauta, para convocação do Jean Lawand Júnior", informou Arthur Maia, no início da sessão desta terça-feira, antes do início do depoimento do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.
Críticas
O ex-ministro-chefe do GSI, Gonçalves Dias, que foi filmado por câmeras de segurança dentro do Planalto no dia em que as sedes dos três poderes foram invadidas e depredadas, teve, inicialmente, o pedido de convocação rejeitado. Além dele, a CPMI também havia rejeitado a convocação e o convite para o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, e para o Ministério de Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, respectativamente.
Arthur Maia chegou a afirmar em suas redes sociais que o resultado da votação "foi constrangedor" e se comprometeu a pautar de novo os requerimentos. "Confio na consciência daqueles deputados que têm compromisso com a opinião pública e acredito que a gente consiga mudar essa realidade. É inaceitável ouvir apenas um lado", declarou.
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