Ex-comandante da PMDF diz que Exército impediu prisões durante ataques em Brasília
Em depoimento, suspeito, que está preso, afirmou que acampamentos foram ‘importantes’ para o ocorrido em 8 de janeiro
O ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal coronel Fábio Augusto Vieira, que está preso, disse em depoimento à Polícia Federal que o acampamento às proximidades do Quartel-General do Exército "contribuiu muito" para os atos terroristas cometidos em Brasília (DF) no dia 8 de janeiro. O PM responde por omissão na contenção dos envolvidos em atos. As informações são do G1 do Distrito Federal.
O coronel Fábio Augusto Vieira disse à PF que, por diversas vezes, a segurança do DF tentou desmobilizar o grupo acampado, mas foi impedida pelo Exército. Ele também confirmou que o Exército impediu a entrada de PMs no acampamento após a invasão dos prédios dos Três Poderes, para prender suspeitos. A área é de responsabilidade do Exército.
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A primeira tentativa de desmobilização do acampamento ocorreu após uma reunião entre a segurança do distrito provocada pelos atos de vandalismo no dia 12 dezembro de 2022, quando veículos foram incendiados.
Fábio Vieira afirmou que, "por duas vezes tentaram fazer essa desmobilização dos acampamentos, mas não obtiveram êxito por solicitação do próprio Exército; que a PMDF chegou a mobilizar cerca de 500 policiais militares, mas o Exército entendeu que era melhor eles fazerem essa desmobilização utilizando seus próprios meios".
Manifestação “tranquila”
O depoente disse ainda à PF que "a informação era de que havia ânimo de tranquilidade para essa manifestação específica". Após os ataques, de acordo com o militar, o efetivo passou de 2,6 mil servidores. Mas, segundo ele, a PM precisou de outras instituições para deter a horda de vândalos.
"[Disse] que para conseguir deter as invasões não bastaria quantitativo de policiais; QUE há necessidade de participação de outras instituições como as seguranças do Congresso, STF e Planalto; QUE na ocorrência do ‘efeito manada’ não basta a linha de policiais", alegou o ex-comandante da PM.
O militar se eximiu de culpa, dizendo que "não houve por sua parte nenhuma tentativa de facilitar que essa situação ocorresse. Que sempre tentou evitar e quando não conseguiu, tentou desobstruir".
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