Bolsonaro visita filho no Senado e afirma sobre Mauro Cid: 'Cada um siga a sua vida'
Ex-presidente esteve no gabinete do senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
O ex-presidente Jair Bolsonaro esteve, na tarde desta quinta-feira (18), no Senado, em Brasília (DF), onde visitou o gabinete do filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e falou com a imprensa.
Ele disse não ter conversado com Cid, o tenente-coronel que era ajudante de ordens dele e está preso por suposta falsificação de cartão de vacina para beneficiar o ex-presidente.
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De acordo com as investigações, foi inserida no sistema do Ministério da Saúde a informação falsa de que Bolsonaro, a filha e pessoas próximas teriam se vacinado contra a covid-19. A suspeita é que o esquema buscava viabilizar viagem da família para o exterior.
O entorno político de Bolsonaro teme que Cid faça uma delação premiada e conte o que sabe em troca de relaxamento de eventual pena. Ao longo dos 4 anos de mandato, Cid, tenente-coronel do Exército, foi um dos assessores mais próximos do ex-presidente.
Sobre o tenente-coronel, disse Bolsonaro: "ele [Cid] é um excelente oficial do exército brasileiro, jovem ainda, forças especiais, comandos, paraquedistas, primeiro lugar de quase todo curso que fez, tem dado o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado. E cada um siga a sua vida", afirmou.
"Falando de vacina minha, não tinha exigência de eu entrar nos Estados Unidos e estar vacinado", completou.
Bolsonaro diz que só vai discutir eleições após 2024
Bolsonaro afirmou, ainda, que as eleições de 2022 estão superadas. Ele disse que quer "colaborar" com o país, apesar de não "simpatizar" com o atual governo, e afirmou ainda que só vai discutir as eleições de 2026 depois de 2024, quando são disputadas as prefeituras.
"Nós queremos é colaborar para que o Brasil não fracasse, não afunde. Repito, eleições de 22 página virada. Temos conversado com o partido [PL] para a gente ver a nossa estratégia para o ano que vem, prefeitos e vereadores pelo Brasil todo. 26 só se discute depois de 24. Trazer para normalidade, sem rancor da nossa parte".
Ele informou que a bancada do PL não dificultará a votação da nova regra fiscal na Câmara. "Está votando aqui o arcabouço fiscal. Não é da nossa parte ideia de impedir qualquer votação. PL é um partido grande na Câmara, são 99 parlamentares. A gente não vai fazer uma reação, uma oposição radical. Não é isso. A gente vai ajudar, apesar de não simpatizarmos com o governo que já sabemos como agiu no passado".
Joias na Arábia Saudita
Pergunta, Bolsonaro disse que as joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita, avaliadas em R$ 16 milhões, o governo da Arábia Saudita. O ex-presidente disse que a mulher dele, Michelle nunca viu as joias. “Joias nunca passaram pelas minhas mãos e pelas mãos dela", afirmou.
Mensagens obtidas pela Polícia Federal, em celulares, mostram Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, orientando que despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de parentes fossem pagas em dinheiro vivo.
"Quando mexe com familiar, minha esposa no caso, é um negócio muito pessoal. Ela desconhecia uma organização enorme ao redor dela, tem quatro calhamaços de notas fiscais com todas as compras pessoais feitas por nós em 2019, 2020, 2021 e 2022. As compras dela eram absorvente, roupinha pra filha, manicure, cabeleireiro, é isso. Eu sacava em média R$ 20 mil por mês, além de outras coisas que eu pagava na minha conta pessoal, de presidente da República R$ 33 mil e de exército R$ 12 mil. Eu nunca usei o cartão corporativo meu que eu podia sacar até R$ 17 mil por mês. Nunca paguei uma conta sequer naquele cartão", comentou o ex-presidente.
Atos golpistas de 8 de janeiro
Sobre a ação de seus apoiadores que depredaram os prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, ele disse: "O 8 de janeiro. No 8 de janeiro, eu repudiei as ações, não podia admitir realmente o que aconteceu, uma agressão às instituições democráticas", declarou.
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