Jair Bolsonaro deve depor nesta terça-feira na PF sobre suspeitas de fraude no cartão de vacina
Esse é o terceiro depoimento dele desde que saiu da Presidência
O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Polícia Federal (PF) está marcado para as 14h desta terça-feira (16). Ele deve dar esclarecimentos no âmbito das investigações sobre supostas fraudes em seu cartão de vacina e no da filha Laura, de 12 anos. As suspeitas foram reveladas pela Operação Venire, realizada em 3 de maio, e que resultou na prisão de militares próximos ao ex-presidente, entre eles o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cesar Barbosa Cid.
O ex-presidente já prestou outros dois depoimentos à PF desde que saiu da chefia do Executivo: sobre o recebimento de joias do governo da Arábia, em 5 de abril, e sobre os atos extremistas de 8 de Janeiro, em 26 de abril.
Nessa investigação envolvendo suposta inclusão de dados falsas nos sistemas do Ministério da Saúde, a PF suspeita de uma tentativa de adulterar o cartão vacinal do ex-presidente e de Laura Bolsonaro antes de embarcarem para os Estados Unidos. O inquérito aponta que o ex-presidente teria recebido a 1ª dose da vacina da Pfizer contra a covid no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, em 13 de agosto de 2022. No dia seguinte, ele teria se vacinado com o imunizante do mesmo laboratório pela 2ª vez, na mesma unidade de saúde.
Porém, conforme as investigações, em 27 de dezembro de 2022, os dados sobre a vacina foram excluídos do sistema pela operadora Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva sob a alegação de “erro”. A Controladoria Geral da União (CGU) concluiu que o ex-presidente não esteve em Duque de Caxias na data em que consta sua 1ª vacinação. Além disso, apesar de Bolsonaro ter participado de uma caminhada no município da Baixada Fluminense em 14 de outubro, às 11h, não há indícios de que ele foi até à unidade de saúde se vacinar.
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Depois da operação em 3 de maio, o ex-presidente negou que tenha se vacinado contra a covid e afirmou que nunca foi exigida a apresentação de comprovante de imunização em viagens ao exterior, incluindo na ida aos Estados Unidos. “Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte. Não existe. Eu não tomei a vacina e ponto final. Nunca neguei isso. Havia gente que me pressionava para tomar a vacina. Sim, natural. Decidi não tomar porque li a ‘bula’ da Pfizer”, disse.
Segundo ele, Laura também não se vacinou contra a doença. “Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha. Depois de ler a bula da Pfizer, decidi não tomar. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E a outra, minha filha, Laura, de 12 anos, não tomou a vacina também, tem laudo médico no tocante a isso”, disse.
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