Após afastamento do juiz Apio, CNJ determina auditoria na vara da Lava-Jato e no TRF-4

Corregedor do CNJ quer investigar a 13a vara e também os gabinetes dos desembargadores da 8a Turma da Corte.

O Liberal
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Uma semana após o Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4) suspender o juiz Eduardo Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba, na qual tramitam os processos da Lava-jato, o corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Felipe Salomão, determinou uma correição extraordinária na 13a vara e também nos gabinetes dos desembargadores da 8a Turma da Corte. A decisão foi expedida nesta nesta terça-feira, 30. A investigação vai abordar documentos físicos arquivados e também conteúdo digital, nos computadores dos gabinetes.

Appio foi afastado porque é suspeito de telefonar para o filho do desembargador Marcelo Malucelli, João Malucelli, se fazendo passar por outra pessoa a fim de obter dados pessoais. João é apontado como sócio do ex-juiz e senador Sergio Moro (União/PR) e da esposa dele, deputada federal Rosângela Moro (União/SP), além de representá-los como advogado junto à Justiça Eleitoral.

A ligação ocorreu em 13 de abril deste ano. Appio foi afastado em 22 de maio. O TRF-4 confirmou que Appio acessou informações de processos que estão sob a relatoria do desembargador Malucelli no sistema interno e, em seguida, ligou para o filho a fim de confirmar a ligação familiar. Mas, no final da conversa, ele teria feito uma provocação que foi interpretada por Moro e pelos conselheiros do TRF-4 como uma "ameaça" ao desembargador e seu filho.

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Antes disso, o desembargador já havia autodeclarado suspeição para atuar em processos da Lava-jato, possivelmente devido à relação profissional do filho com Moro. Um dos gabinetes a passarem pela auditoria é o de Marcelo Malucelli.

O CNJ justificou a decisão da auditoria no fato de haver diversas reclamações disciplinares formuladas ao órgão nos últimos dias "apontando a necessidade de fiscalização e apuração de fatos relacionados à conduta de magistrados e de desembargadores vinculados à vara judicial". 

Entre os gabinetes a serem auditados está o do desembargador Marcelo Malucelli, que se afastou dos processos da Lava Jato em segunda instância após se declarar suspeito. O filho dele, o advogado João Malucelli, é sócio do senador Sergio Moro (União-PR) e da deputada federal Rosângela Moro (União-SP).

A auditoria do CNJ foi requerida por na última sexta, 26, pelo juiz Eduardo Appio. A juíza substituta Gabriela Hardt está respondendo pela 13a vara.

 

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