Juíza que condenou Lula assume o posto de titular da Operação Lava-Jato

Ela será responsável pelos processos da 13ª Vara Federal de Curitiba

Vitória Reimão
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A juíza federal Gabriela Hardt assumiu o posto de titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, substituindo o juiz federal Eduardo Appio. O procedimento ocorreu depois da decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que afastou Appio, cautelarmente, do cargo. A juíza passa a ser a principal responsável, provisoriamente, pelos processos da Operação Lava-Jato no Paraná.

Mas, segundo informações da revista Veja, Gabriela pretende deixar em breve a vara da Lava-Jato em Curitiba. Ela chegou a manifestar interesse em vagas para o cargo em outras 35 varas, no qual está disponível em um edital aberto pelo tribunal regional para remoção de juízes substitutos. 

As vagas estão distribuídas entre as cidades de Santa Caratirna, Itajaí e Florianópolis, além de Curitiba. Segundo informações de fontes do TRF4, o destino da juíza seria a capital catarinense, onde há uma vaga aberta entre as 28 consideradas no edital. Gabriela foi a responsável por condenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 12 anos e 11 meses de prisão no caso da Lava-Jato, no qual envolvia o suposto pagamento de propina ao petista por meio de obras em um sítio em Atibaia, em São Paulo. 

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De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, a propriedade no interior paulista recebeu reformas das empreiteiras Odebrecht e OAS a um custo de 1 milhão de reais. A sentença  foi alvo de polêmica pelo fato de a juíza substituta ter se valido de um “copia e cola” da sentença assinada por Moro no caso do triplex do Guarujá. A juíza chegou a admitir que teria usado a sentença de Moro como "modelo". Há trechos do documento em que mostra as semelhanças e apenas mudanças nas palavras, como foi o exemplo do termo "sítio" que foi trocada por "apartamento".

Eduardo Appio foi afastado por supostamente ter feito uma ligação ao advogado João Eduardo Malucelli, filho do desembargador federal Marcelo Malucelli, passando-se por outra pessoa. O magistrado  é um crítico dos métodos do ex-juiz federal Sergio Moro, hoje senador pelo Paraná, filiado ao União Brasil. Já a juíza federal Gabriela Hardt é conhecida pelo alinhamento à atuação de Moro. Outra questão é a de que João Eduardo seria sócio do senador e da mulher dele, a deputada Rosângela Moro (União-SP), em um escritório de advocacia em Curitiba, além de genro do casal. 

(*Vitória Reimão, estagiária sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

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