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Paraense e namorado presos no Líbano estavam com cocaína no estômago, diz jornal

O casal confessou ter ingerido drogas, mas não informou quem teria fornecido os entorpecentes

O Liberal
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Natural de Belém do Pará, Juliana Nunes do Nascimento, de 31 anos, e o namorado dela, Igor Antônio dos Santos Cabral, de 26 anos, foram detidos no Aeroporto Internacional de Beirute Rafic Hariri, no Líbano, no momento em que tentavam entrar no país com aproximadamente 1 kg de cocaína no estômago. A informação foi publicada nesta quarta-feira (4) pelo Jornal do Líbano.

image Casal paraense (Arquivo pessoal)

Segundo o noticiário, o casal confessou ter ingerido drogas, mas não informou quem teria fornecido os entorpecentes. Ainda de acordo com a publicação, o casal chegou em um voo da Qatar Airways, que saiu do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), com escala em Doha. O casal está à disposição da justiça libanesa e não há previsão para serem trazidos ao Brasil.

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Segundo familiares, por meio de uma ligação, eles foram informados pelo corpo diplomático brasileiro em Beirute, que o casal foi preso sob investigação de tráfico internacional de drogas.

Juliana e Igor permanecem detidos em Beirute desde 19 de dezembro de 2022. Segundo informações das autoridades libanesas, cada um transportava aproximadamente meio quilo de droga no estômago e, em razão do grande risco de morte, os suspeitos foram conduzidos para que pudessem expelir o entorpecente com segurança.

Casal se conheceu em boate no Rio Grande do Sul

Cabral é da cidade brasileira de Carazinho (RS). Os familiares afirmaram que eles se conheceram enquanto o músico tocava em uma boate da cidade, onde Juliana trabalhava. Ela é natural de Belém (PA).

O casal estava junto há pouco mais de um ano. Apesar de ela ter abandonado o trabalho na boate, segundo familiares de Igor, o relacionamento entre os dois não era aceito pelos familiares do músico, diz o jornal libanês.

Poucos dias antes da viagem, Juliana teria ligado para a sogra, dizendo que o casal faria uma viagem a São Paulo, com objetivo de assinar documentos de um possível dinheiro que ela tinha para receber. De acordo com o jornal libanês, Juliana ainda teria pedido para a sogra ficar na casa do casal para cuidar de um cachorro.

Questionada pela sogra sobre como as despesas da viagem seriam custeadas, Juliana teria afirmado que um suposto advogado teria fornecido as passagens de ônibus e, então, no último dia 13 de dezembro, os dois suspeitos deixaram Carazinho.

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Paraense fez compras no nome do namorado antes de viajar

Familiares também afirmaram, que antes da viagem, Juliana fez inúmeras dívidas no comércio local em nome de Igor. Ela teria comprado roupas, sapatos, entre outros objetos. Nada foi pago, segundo o Jornal do Líbano.

A polícia identificou que o último acesso que Igor teve ao telefone foi em Guarulhos, no dia do embarque para o Líbano. Juliana teria acessado o telefone em Doha, por meio da internet gratuita disponibilizada no aeroporto.

Familiares do músico acreditam que Juliana seria a mentora de tudo. “Meu filho nunca viajou. Nós nem sabíamos que ele tinha passaporte. Nas horas vagas ele era músico, mas no Brasil, o meu filho tinha carteira registrada. Somos humildes. Vivemos numa cidade pequena. Não viajamos. Não temos nenhuma relação com o Líbano. Eu nem sei em que lugar fica o país. A Juliana enganou o meu filho e destruiu a nossa família”, diz a mãe de Igor na reportagem publicada pelo noticiário libanês.

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Desaparecimento assustou familiares

Em desespero pela falta de notícias de Igor, familiares teriam gravado vídeos pedindo ajuda nas redes sociais, acreditando que o casal estava desaparecido. O caso comoveu a pequena cidade de Carazinho, no Rio Grande do Sul. A notícia da prisão pegou todos de surpresa.

Um vizinho, que preferiu não se identificar, alega que Igor era muito honesto e trabalhador: “Eu estou surpreso. Eu vi o menino crescer. Muito trabalhador. Nunca mexeu nas coisas dos outros e nem vício ele tem. Uma barbaridade a cilada que ele caiu por causa de mulher”, disse o vizinho.

O que dizem as autoridades brasileiras no Líbano?

A Embaixada do Brasil em Beirute está acompanhando o caso, por meio do Consulado Geral. O casal ainda não conseguiu fazer contato telefônico com os familiares no Brasil.

O Ministérios das Relações Exteriores afirma que está buscando prestar a assistência consular cabível, de acordo com o que determinam as leis locais.

Segundo representantes do Consulado, neste momento, no Líbano, faltam cartões telefônicos para que possam ser disponibilizados para os brasileiros detidos. Igor se mostra muito emocionado quando fala dos pais, que estão em Carazinho.

Por que o Brasil poderá não extraditar o casal?

Dificilmente os brasileiros serão extraditados para o país de origem. O Líbano não tem tratado de extradição com o Brasil.

Os dois países assinaram um acordo de extradição em 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso. O texto foi ratificado no Brasil, mas segundo o governo brasileiro, o Líbano ainda não o aprovou. A legislação penal libanesa impede que seja concedida a extradição a não ser para países que tenham o tratado, o que não é o caso do Brasil.

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Como o casal passou pela segurança do aeroporto?

A apreensão no Líbano levanta questionamento sobre como o casal conseguiu deixar o Brasil com essa quantidade de droga. Eles passaram pelo maior aeroporto do país e não foram identificados pelo controle de saída.

Há a hipótese, entretando, de que o casal tenha recebido as substâncias ilícitas, engolido e embarcado de alguma forma na escala no Catar.

As autoridades libanesas acreditam que quem enviou a substância conhecia o controle de segurança do aeroporto de Beirute. Ambos confessaram que tinham ingerido drogas, mas até o momento, não informaram quem enviou e nem o destino que o entorpecente teria no Líbano.

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