Guarda Municipal de Marabá abre inscrições para curso de operações com cães
Profissionais de forças de segurança de outros municípios e aqueles que atuam em segurança particular também podem participar
Profissionais de segurança pública ou privada terão, neste mês de novembro, a oportunidade de se capacitar para atuar com a ajuda de cães. O III Curso de Operação com Cães é uma realização da Guarda Municipal de Marabá (GMM), sudeste do Pará, que já trabalha há cerca de dez anos com um canil de animais especializados em farejar e atacar em situações específicas.
VEJA MAIS
“Com esse curso, temos como objetivo capacitar os profissionais da área de segurança de modo a atuar na segurança pública e ser empregado em detecção de armas, busca e resgate. Aprenderão também a operar e formar esse cão para atuar”, comenta Elder de Sousa Lorenzo, coordenador do Canil da GMM.
O curso tem carga horária total de 263 horas e as aulas ocorrerão no Parque de Exposições José Francisco Diamantino, na Rodovia BR-155. Ao todo, 40 vagas estão sendo disponibilizadas e, destas, 20 são reservadas aos agentes da Guarda Municipal. Profissionais de forças de segurança de outros municípios e aqueles que atuam em segurança particular também podem participar.
Como será o curso
O curso contará com 25 disciplinas diferentes, entre elas teoria cinotécnica, psicologia canina, legislação, detecção de narcóticos, adestramento, direitos humanos, intervenção penitenciária, defesa pessoal, guarda e proteção k-9, busca e resgate com cães.
“Diferente dos outros cursos, agora o profissional também irá se aprofundar na parte cinotécnica, para aprender a formar o cão e não só operar. Queremos ter de 10 a 12 cães, até por logística e dentro desse número de cães dividir as turmas”, explica Lorenzo, ressaltando que desde que foi criado o Canil da GMM se tornou referência para outras instituições do Estado. “Outras Guardas, como a de Parauapebas, participaram das outras edições e fundaram seus canis. Assim como Castanhal e Altamira. A Guarda Municipal de Marabá, em relação a esse trabalho, vem sendo modelo no Pará, é um curso muito requisitado”, reitera.
Canil na Guarda Municipal
O trabalho dos agentes caninos da GMM tem contribuído sensivelmente com as ações de segurança no município. Só para se ter uma ideia, a Guarda contabiliza que só o cão mais antigo da corporação, o pastor belga Zyah, de nove anos, tenha ajudado a encontrar aproximadamente duas toneladas de drogas. A maioria sendo transportada dentro de malas, em ônibus interestaduais.
“É importante frisar que o cão não tem contato físico com a droga. O nosso treinamento consiste em impregnar um brinquedo com um odor sintético específico e fazer com que o animal fareje esse brinquedo. Então, quando ele é acionado para encontrar a substância, o que ele procura, na verdade, é o brinquedo dele, pois o cheiro já é familiar. Para ele, é como se fosse uma grande brincadeira”, explica o guarda Lorenzo.
Já o também pastor belga Taurus, de três anos de idade, levou a polícia a apreender no último mês de setembro um carregamento de aproximadamente 3 mil projéteis de diversos calibres, que estavam a caminho do município de Jacareacanga, sudoeste paraense. O volume estava em poder de uma empresa de transportes que realizaria a entrega. Nesta ocasião, ninguém foi preso.
Quando não estão em ação, os animais têm atendimento veterinário e recebem os cuidados necessários para continuar em plena forma e com a saúde em dia para desempenhar um bom trabalho. Os cães selecionados para atuarem na Guarda Municipal têm uma rotina intensa de treinamento desde os primeiros meses de vida e, já no primeiro ano, é capaz de demonstrar se está apto a continuar desenvolvendo suas habilidades. Caso o cão seja considerado inapto, ele é encaminhado para adoção responsável.
Cães e forças de segurança
Em todo o mundo, cães podem ser empregados em muitas funções dentro das ações de segurança pública. A busca por drogas é apenas uma delas. A procura por suspeitos, o resgate de desaparecidos e até salvamento aquático são outras usabilidades desses animais. No Brasil, a legislação nacional considera o cão um instrumento de menor potencial ofensivo quando devidamente treinado e empregado de forma técnica servindo como um equipamento não letal. Por definição, esse é um tipo de ferramenta de menor potencial ofensivo, cuja utilização oferece pouca possibilidade de acarretar mortes ou lesões permanentes, e tem apenas o objetivo de reprimir, enfraquecer ou incapacitar provisoriamente os suspeitos.
A utilização de cães pelas forças de segurança é amparada pela Lei nº 13.060, de 22 de dezembro de 2014, que regulamenta o uso dos animais quando em casos em que não acarretar riscos à integridade física policiais. Assim, as habilidades desses animais são empregadas com frequência em patrulhamento ostensivo, captura de infrator ou suspeito, resgate de vítimas, cumprimento de mandados, intervenções táticas, controle de motins civis.
Serviço
Interessados em participar do curso podem entrar em contato por meio do telefone (94) 99263-5355.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA