Cães farejadores auxiliam no combate ao crime em Marabá
A importância do trabalho dos cães da Guarda Municipal é reconhecido pela polícia
Em nove anos de profissão, o cão da raça pastor belga Zyah pode se orgulhar de ser uma referência em busca e apreensão de drogas diversas em Marabá, sudeste do Estado. Treinado desde que era um filhote, ele é hoje uma das principais ferramentas das forças de segurança pública para encontrar substâncias entorpecentes na cidade. Além dele, outros três cães também treinam diariamente no canil da Guarda, apenas esperando o momento de entrar em ação.
O guarda Elder Lourenço, coordenador de Operações com Cães da Guarda Municipal de Marabá (GMM), explica que Zyah já tem uma idade considerada avançada e, por isso, tem sido poupado de exercícios de força e ataque. “Estamos preferindo escalar o Zyah mais para identificação de drogas e os outros mais jovens para abordagem de suspeitos, porque aí envolve emprego de força, é mais desgastante para um cão na idade dele”, avalia Lourenço.
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Mesmo assim, com a vida à disposição da GMM, Zyah alcançou feitos impressionantes no trabalho de combate ao tráfico de drogas. “A gente estima que ele já tenha ajudado a encontrar aproximadamente duas toneladas de drogas. A maior parte delas sendo transportada em malas, em ônibus interestaduais, com os mais diversos destinos”, afirma o coordenador.
Entre os policiais civis, o valor do trabalho dos cães da GMM já é reconhecido. Para o superintendente regional de Polícia Civil, delegado Vinícius Cardoso, contar com o apoio do canil ajuda os policiais a ter mais assertividade na abordagem de suspeitos. “A gente recebe uma informação de que há droga sendo transportada por algum passageiro de ônibus, por exemplo, mas não temos como saber qual deles é que está com o entorpecente. Na última apreensão, por exemplo, bastou o cão farejador entrar no ônibus para que a suspeita fosse identificada. É um trabalho muito efetivo”, explicou. “Se fosse por meio do trabalho do policial humano, isso demandaria mais tempo e esforço”.
A ajuda dos cães também já se mostrou eficiente na busca por drogas em residências. De posse da informação, a polícia aciona o canil que, de imediato, põe os farejadores em ação e identifica a existência de substância entorpecente no local. “Nós chegamos à casa com o indicativo de que há droga ali, mas não sabemos exatamente onde ela foi escondida. Pode ser no forro, no quintal... Até em veículos, já houve situações em que os cães identificaram um fundo falso, onde havia droga. Nesse sentido, o cão é uma ferramenta importantíssima, esse faro deles é muito sensível e evita que, talvez na busca policial, a droga passe despercebida”, conclui o delegado.
Animais recebem cuidados específicos
No canil, os animais têm atendimento veterinário recorrente e recebem os cuidados necessários para continuar em plena forma e com a saúde em dia para desempenhar um bom trabalho. “É importante frisar que o cão não tem contato físico com a droga. O nosso treinamento consiste em impregnar um brinquedo com um odor sintético específico e fazer com que o animal fareje esse brinquedo. Então, quando ele é acionado para encontrar a substância, o que ele procura, na verdade, é o brinquedo dele, pois o cheiro já é familiar. Para ele, é como se fosse uma grande brincadeira”, explica o guarda Lourenço. “Esse odor nem sempre remete aos entorpecentes, pode ser odor semelhante e armamento ou até mesmo de cadáveres, o que amplia as possibilidades de ação dos cães”.
Taurus é outro agente da Guarda Municipal de Marabá. Com três anos de idade, ele também é treinado desde que era um filhote, está em pleno desenvolvimento das funções, tanto de farejador quanto de cão de ataque, e já tem contribuído para a localização de munição e entorpecentes. Só no último dia 21 de setembro, Taurus foi o responsável pela apreensão de 24 tabletes de maconha, o que soma 30 quilos da droga, além de 25 quilos de cocaína, na bagagem de uma mulher que viajava em um ônibus intermunicipal de São Domingos do Araguaia com destino a Canaã dos Carajás. A abordagem foi feita na rodovia BR-230, a Transamazônica.
Menos de duas horas depois, Taurus também contribuiu nas buscas de uma bagagem onde foi detectada a presença de skunk, uma espécie de maconha concentrada. O suspeito tentava embarcar de ônibus em Marabá para Brasília (DF). Ao redor dos 21 quilos de entorpecentes, havia pó de café, em uma tentativa de disfarçar o odor, mas não impediu que o cão identificasse a substância. Em ambos os casos, os suspeitos foram conduzidos à 21ª Seccional de Polícia Civil e, em seguida, encaminhados ao sistema penitenciário.
Ainda em setembro, o mesmo cão ajudou a polícia a identificar um carregamento de aproximadamente 3 mil projéteis de diversos calibres, que estavam a caminho do município de Jacareacanga, sudoeste paraense. O volume estava em poder de uma empresa de transportes que realizaria a entrega e, nesta ocasião, ninguém foi preso.
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