Jô Soares: 'Muito profissional', relembra paraense que participou de gravação do Programa do Jô
Antônio Carlos acompanhou pelo menos nove entrevistas conduzidas pelo apresentador que faleceu nesta sexta-feira (5)
A morte de Jô Soares pegou muita gente de surpresa na madrugada desta sexta-feira (5), desde amigos e familiares, até aqueles que tinham grande admiração pelo trabalho do apresentador e multiartista. Uma dessas pessoas foi o paraense Antônio Carlos Lobato, que teve a honra de participar da platéia de uma - ou melhor - três edições do Programa do Jô.
Por volta de 2011, Antônio foi acompanhado de uma amiga até os estúdios da TV Globo, depois de terem conseguido vagas para a plateia da gravação - que costumava ser disputada em agendamentos. Foi "quase um dia inteiro" acompanhando Jô Soares conduzir entrevistas, isto porque três programas eram gravados no mesmo dia.
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"O Jô não trabalhava o ano todo, por isso eram gravados três programas por dia. Foram nove entrevistas. Chegamos lá por volta da hora do almoço e só deixamos o estúdio a noite", relembra Antônio.
Na data, sentaram no sofá para conversar com Jô Soares nomes como Betty Faria, o também já falecido Tarcísio Meira, além de um bombeiro que trabalhou no atentado do 11 de setembro.
"Tem coisas que me marcaram, como o profissionalismo da gravação. As pessoas falam muito em 'padrão Globo', mas é fato. Foi tudo muito ágil, para entrar precisava de RG, nos deram alimentação, lanches, água, suco. Tudo funcionava muito bem, até um tradutor simultâneo que tinha durante uma entrevista"
Além de todo o balé da produção, a estrela do show também chamava a atenção. "Ele [o Jô] não errava, não voltava para gravar as entrevistas, era tudo direto. Tudo era feito no tempo certinho, de forma muito profissional", relembra.
Antônio, que é professor mas trabalhou muitos anos no ramo da comunicação, também fala da admiração a Jô. "Ele é uma referência para todo mundo que o viu. Fez um pouco de tudo: atuou, escreveu, fez cinema, dirigiu".
Toda essa influência na comunicação é refletida até os dias de hoje, como aponta Antônio. "Me chama a atenção a grande quantidade de podcasts hoje em dia, e querendo ou não, ele foi quem lançou a semente. Querendo ou não, todo mundo o assistiu. Ele foi um cara de família rica, de origem nobre, mas soube aproveitar os privilégios que tinha para ser criativo", avalia.
Assim como muitos admiradores, Antônio foi pego de surpresa com a notícia da morte do ícone da comunicação. "Foi estranho. Eu estava assistindo a série da Daniella Perez e ele aparece, então fiquei me perguntando por onde ele anda, porque ele meio que se exilou. Mas foi uma surpresa, mas uma surpresa que pela idade a gente fica triste mas entende que o cara cumpriu o papel dele e ofereceu muito", conta
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