Vítima de anestesista estuprador quer processar hospital por não interromper o abuso
O advogado de uma das mulheres estupradas pelo médico Giovanni Quintella Bezerra vê negligência na atuação da equipe
Uma das mulheres que está entre as possíveis vítimas de estupro do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra quer processar o hospital onde o crime aconteceu por não ter interrompido o abuso. A paciente foi a primeira a ser sedada pelo médico durante o parto na manhã do domingo (10) - dia do crime que teve repercussão nacional. Depois dela, o acusado participou de mais duas cesáreas, sendo a terceira filmada pelos profissionais.
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O advogado de uma paciente de 30 anos, que desconfia ter sido estuprada pelo anestesista, fala que a negligência aconteceu por não terem feito a denúncia antes de gravarem o vídeo, já que toda a equipe desconfiava do abuso sexual.
"Eu entendo a negligência do hospital, porque deixaram mais duas vítimas passarem pelo mesmo abuso só por causa de uma filmagem", disse o advogado Joabs Sobrinho. Ele fala que a equipe tinha a responsabilidade de ter chamado os superiores. “A própria voz da vítima já é válida em casos de estupro, imagina uma equipe médica dizendo que um outro médico está abusando de uma paciente", declara Joabs.
"Eles sabiam que tinha um abuso. É muito forte você querer gravar uma pessoa para pegar um ato libidinoso se você está realmente percebendo que tem um ato libidinoso", destacou o advogado.
Após a informação, a Secretaria de Estado de Saúde e a direção do Hospital da Mulher anunciaram, por meio de nota, que foram acionadas pela equipe médica e de enfermagem e logo procuraram a polícia.
"Tanto a denúncia como as imagens que comprovam o crime foram feitas por profissionais do próprio hospital, que suspeitaram da conduta do médico. Após a equipe ter verificado o conteúdo da filmagem, o anestesista não participou de nenhum outro procedimento", afirma o comunicado.
(Estagiária Maiza Santos, sob supervisão da editora web de OLiberal.com, Ana Carolina Matos)
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