Filho de Maguila fez homenagem ao pai dias antes da morte do lutador: 'Me aceitou e me respeitou'
Ele acrescenta que o pai foi seu protetor e companheiro. Inclusive nos episódios que sofria também com o racismo
Júnior Ahzura, filho de Adilson Maguila, usou as redes sociais, no início da semana, para prestar uma homenagem ao pai, morto na última quinta-feira (24). Ele postou um vídeo no qual o boxeador aparecia discorrendo sobre o que pensava da homossexualidade durante uma entrevista.
“Para mim, esse negócio de homossexualismo [sic] é para quem sabe ler e quem inventou esse nome científico. Eu não tenho estudo. O homem, o ‘viado’ não é uma doença. Ele nasceu com o dom de ser ‘viado’ e de transar com homens. Então, não acho que seja uma doença. A pessoa já nasceu com esse dom”, disse em 1992. “A gente não pode ser contra”, defendeu.
“Sempre fui um gordinho viado, era nerd também, ainda sou. Mas fui uma criança viada. Eu era muito gay e desde pequeno. E me zoavam muito porque eu era gordo, e depois porque eu era uma bichinha e minha voz não tinha engrossado como a dos outros meninos”, relatou Junior, filho de Maguila.
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Ele acrescenta que o pai foi seu protetor e companheiro. Inclusive nos episódios que sofria também com o racismo.
“Tive uma infância meio pública e privada. Meu pai é o Maguila, um dos maiores pugilistas do país, eu tive privilégios sociais e econômicos, sou fruto de uma relação inter-racial e sempre estudei em escolas particulares”, inicia. “Estudei numa universidade tradicional, dentro de uma aristocracia imensa em São Paulo e no meu grupo de amigos tinha muitos bolsistas do Prouni. Uma vez, um colega veio me questionar se eu era bolsista. Eu disse que não e quis saber o porquê da pergunta. Ele disse que, como meus amigos eram da periferia e bolsistas, eu também poderia ser. Mas insisti na pergunta. Aí ele falou: ‘É só olhar para você, seu cabelo é duro'", completou o filho do ex-boxeador.
A forma que encontrou de disseminar o conhecimento que tem sobre os assuntos, após duas faculdades e o trabalho de pesquisador, foi usar a internet como seu saco de pancadas. Autor e apresentador do podcast Gordosfera, no primeiro episódio ele narra como foram as suas próprias descobertas e de como sua família foi importante no processo de acolhimento.
O jovem encerrou a homenagem agradecendo pela proteção. “Orgulho ter um pai que sempre me aceitou e respeitou! Mais que um herói nacional, meu pai!”, disse Adilson Júnior, filho caçula de Maguila.
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