Caso Kat Torres: Desirrê, uma das vítimas da paraense, lançará livro este ano
Na época, a paulista alegou que sofreu tráfico humano a mando de Yasmin Brunet, o que foi desmentido, e informou que os valores recebidos pela venda dos exemplares vão para instituições de caridade
Dessirê Freitas, uma das vítimas da paraense Kat Torres, anunciou nesta quinta-feira (02) que vai lançar um livro. Ela é uma das moças que foi para os Estados Unidos no segundo semestre do ano passado, mas foi exposta à prostituição e aliciamento. Desirrê protagonizou uma polêmica nas redes ao culpar a modelo ativista Yasmin Brunet pelo crime, o que foi desmentido.
Hoje, a falsa guru Kat é acusada de tráfico de pessoas e exploração de mulheres nos EUA. Pelas redes sociais, a jovem contou que o livro será lançado no fim de março de 2023. Disse, ainda, que a obra abordará os medos e abalos emocionais que passou ao lado de Kat Torres. "Aos poucos estou vencendo meus medos e ressignificando meus traumas. Sim, comecei a escrever o meu livro com todos os detalhes do que passei", escreveu.
Na postagem, Desirrê continuou a contar que recebeu sugestões e disse como o lucro será repartido. "Decidi que parte da renda desta obra será destinada a uma instituição de vítimas de tráfico humano", postou.
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Desaparecimento
A repercussão começou quando a família de Letícia, outra jovem levada para os EUA, acreditava que ela estava desaparecida e sendo mantida em cárcere privado por Kat Torres. No entanto, a possibilidade foi descartada pela Polícia Civil no fim de outubro, após as primeiras diligências baseadas na denúncia feita pelos pais da jovem a partir do contato com a Polícia Federal e das imagens publicadas pela própria Letícia nas redes sociais.
Ainda de acordo com a família, ela esteve em Perdões no dia 28 de abril. Os pais contam que a encontraram na rodoviária, mas ela não revelou de onde tinha vindo. Disse apenas que estava a trabalho e precisava dos documentos que estavam na casa da família.
O casal percebeu um comportamento diferente na filha, que teria os tratado de maneira fria e sequer aceitou dormir em casa, preferindo um hotel. Os pais contam que desde então não tiveram mais notícias de Letícia.
Os familiares da jovem, então, registraram um boletim de ocorrência informando o desaparecimento da filha no dia 19 de agosto e só tiveram as primeiras informações no dia 5 de setembro, após um ofício da Polícia Federal atestar que a jovem havia deixado o Brasil no dia 14 de maio, em um voo com destino ao Aeroporto Internacional de Houston (EUA).
Letícia chegou a acusar o próprio pai de ter abusado sexualmente dela quando tinha 15 anos. Ele negou o crime em depoimento à polícia, no dia 17 de outubro.
Proximidade com Kat Torres
Os pais contam que, tempos depois, descobriram que Letícia fazia consultas com a coach brasileira Katiuscia, conhecida como Kat Torres. Nascida em Belém (PA), Katiuscia Torres Soares tem 29 anos e, em site oficial se descreve como Life Coach, acumulando mais de mil clientes de diversas partes do mundo, dos mais diferentes credos, classes sociais e exigências. Ela também diz ser escritora, atriz e comediante.
No site oficial, a coach promete "estratégias" de evolução espiritual, na carreira, nas finanças e nos relacionamentos, com planos que variam de R$ 73 (mensal) a R$ 700 (anual).
A família de Letícia disse para a polícia que todo o dinheiro que ela ganhava era gasto com Kat Torres em seu site, e que aos poucos a jovem carinhosa foi se distanciando da família e dos amigos.
Os pais relataram ainda que, em postagens pelas redes sociais, Kat Torres começou a mencionar o nome de Letícia e postava vídeos em que elas apareciam juntas, chegando a citar que Letícia era sua assistente e que a partir disso a jovem teria cortado o contato com familiares e amigos.
Suspeita de aliciamento
Os pais de Letícia apontam a existência de vários documentos, fotos e vídeos que comprovam que Letícia estava junto da influenciadora Kat Torres, que supostamente teria criado uma seita que incentivava meninas brasileiras a irem para os Estados Unidos.
Denunciam ainda haver indícios de que outras jovens brasileiras participem dessa suposta seita e que já entraram em contato com os pais de Desirrê Freitas, outra jovem que também está com ela. A família acredita que está sob ameaças.
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