Jovem diz que foi manipulada por Kat Torres, paraense falsa guru, e pede desculpa a Yasmin Brunet

Nascida em Belém, Kat construiu uma carreira no exterior como influenciadora, coach e guru espiritual.

Bruna Dias
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A jovem brasileira de 26 anos afirma ter sido vítima de manipulação e privação de liberdade por parte da paraense Kat Torres, apontada como falsa guru. De volta ao Brasil, Desirrê Freitas, como tudo ocorreu nos Estados Unidos e também pede desculpas por ter acusado a modelo Yasmin Brunet de cometer crimes. 

De acordo com a jovem, ela foi obrigada a mentir pela falsa guru. 

A paraense está presa preventivamente há quase dois meses. Agora ela está Complexo Penitenciário Feminino de Belo Horizonte, no Brasil. A prisão dela ocorreu em novembro, após investigação sobre tráfico de pessoas e exploração sexual cometidos, crimes cometidos nos Estados Unidos contra mulheres brasileiras. 

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Desirrê contou em entrevista ao jornal O Globo, que foi obrigada a mentir e afastar parentes e amigos durante os últimos meses: "Hoje, eu tenho plena consciência que fui vítima de Katiuscia Torres Soares (conhecida como Kat Torres). Ela utilizou da minha fé, espiritualidade, empatia e do sentimento de amizade que eu tinha por ela para fazer com que eu mudasse de país e efetuasse coisas que vão contra a minha essência. Por meio de manipulação e abuso de fé, ela fez com que eu me afastasse das pessoas que eu mais amava, até que me vi completamente sozinha, sem escapatória e totalmente sob o domínio dela".

O caso ganhou grande proporção após amigos e parentes iniciarem uma ampla divulgar notícias sobre seu desaparecimento. O caso ganhou a web em meados de outubro,na ocasião, Desirrê apareceu em vídeos ordenando que eles parassem de procurá-la. 

Demonstrando agressividade, entonação e palavras escolhidas, a aparição dela despertou suspeita de que talvez ela estivesse sendo coagida. Um grupo, chamado "searchingdesirrê", foi criado para tentar encontrá-la e resgatá-la. 

Quem entrou na história foi Yasmin Brunet. A modelo tentou ajudar a encontrar Desirrê e Leticia, outra brasileira que acusa Kat Torres hoje. Yasmin viu o desespero das famílias das jovens e iniciou uma busca também, porém, ela passou a ser ameaçada e acusada por Kat e pelas duas por crimes que nunca cometeu, entre eles: cárcere privado, tráfico de pessoas e exploração sexual. Estes crimes são os quais Kat é investigada hoje. 

Desirrê diz estar focada agora "na reconstrução da própria vida" no próximo ano. Ela nega que seja amiga da falsa guru ou cúmplice dos crimes supostamente cometidos por Kat: "Gostaria de pedir desculpas e fazer uma retração pública às pessoas para quem disse inverdades na internet. Fiz isso cumprindo ordem de Katiuscia, nunca quis magoar ou manchar a honra de ninguém. Então, eu gostaria de pedir desculpas à Yasmin Brunet. Quando proferi aquelas palavras, foi novamente a mando de Katiuscia. Ela queria lançar uma cortina de fumaça acusando Yasmin Brunet de coisas que ela mesma realizava. Yasmin Brunet é uma personalidade pública que sempre admirei como modelo e agora como pessoa. Yasmin foi injustamente envolvida em uma confusão por preocupação altruísta e por querer nos ajudar”.

Ainda de acordo com o jornal O Globo, MPF (Ministério Público Federal) e Polícia Federal, o relato da jovem é similar ao de dezenas de outras mulheres ouvidas pelo MPF. Os órgãos investigam se Kat Torres criou uma espécie de seita para atrair brasileiras aos EUA e explorá-las de várias formas. 

Kat Torres foi detida com Desirrê e Leticia, na fronteira dos Estados Unidos e Canadá. As duas retornaram ao Brasil há pouco mais de uma semana, após terem assinado um termo de deportação voluntária. 

As três ainda respondem por um processo de calúnia, difamação e ameaça movido por Yasmin Brunet. 

A defesa da paraense nega todas as acusações contra ela. Segundo o jornal, ela só irá se manifestar quando tiver conhecimento dos autos.

 

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