Homilia: padre Claudio Pighin enfatiza o cumprimento da Lei de Deus
Mensagem se fundamenta na narrativa bíblica da ‘Mulher Adúltera’ com o ensinamento de Jesus sobre a misericórdia e justiça

Neste 5º Domingo da Quaresma, o padre Claudio Pighin, diretor da Escola de Comunicação Papa Francisco, chamou a atenção dos fiéis para a importância de compreender o verdadeiro sentido do cumprimento da Lei de Deus. Sua reflexão partiu de uma das narrativas mais impactantes da Bíblia: a passagem da "Mulher Adúltera" (João 8, 1-11), em que Jesus é confrontado pelos fariseus com uma armadilha religiosa.
O sacerdote destacou que o ensinamento de Cristo nessa cena ilumina o caminho dos cristãos rumo à Páscoa, reforçando a necessidade de misericórdia em vez de condenação.
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A armadilha dos fariseus contra Jesus
Padre Claudio Pighin explicou que a história revela uma cilada dos líderes religiosos da época para incriminar Jesus. Incomodados com sua pregação, que questionava suas hipocrisias, eles usaram a mulher como pretexto para testar o Mestre:
"Não o suportavam mais. Por quê? Ele os questionava constantemente sobre sua conduta religiosa. O objetivo não era apenas condenar a mulher, mas condenar o próprio Jesus. Essa mesma lógica perversa ainda existe hoje, quando pessoas usam pretextos religiosos para excluir outras", ressaltou.
A acusação e a sabedoria de Jesus
O evangelho de João relata que os fariseus levaram até Jesus uma mulher surpreendida em adultério, exigindo que Ele decidisse seu destino. Se Jesus ordenasse seu apedrejamento, seria acusado de crueldade; se a perdoasse, de desrespeitar a Lei de Moisés.
Diante do dilema, Jesus inclinou-se e escreveu no chão com o dedo — gesto que, segundo o padre Claudio, remete às palavras do profeta Jeremias: "Os que se afastam de Deus serão escritos na terra". Enquanto os acusadores insistiam, Jesus respondeu com firmeza:
"Quem de vocês não tiver pecado, que atire nela a primeira pedra".
O verdadeiro julgamento: quem foi condenado?
Um a um, os fariseus se retiraram, começando pelos mais velhos. No final, apenas Jesus e a mulher permaneceram. Ele então lhe perguntou:
"Onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?".
Ao ouvir sua resposta — "Ninguém, Senhor" —, Jesus declarou: "Eu também não te condeno. Vai e não peques mais".
Padre Claudio destacou a ironia divina: "Quem foi verdadeiramente julgado pela Lei foram os fariseus, que se consideravam puros, mas estavam cheios de pecado. A mulher, vista como culpada, foi resgatada por Jesus, que lhe devolveu a dignidade".
A lição para os dias atuais
O sacerdote encerrou com um questionamento provocador: "Deus é misericordioso; os homens, nem sempre. Como você tem acolhido e perdoado aqueles que a sociedade exclui — até mesmo os que você não gosta?".
A passagem, concluiu, revela que a Lei de Deus não deve ser manipulada para interesses pessoais, mas vivida com justiça e compaixão.
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