‘Deus não quer escravos, quer filhos’, reflete padre Cláudio Pighin no 4º domingo da Quaresma
Homilia deste final de semana (29 e 30/3) convida fiéis a abandonar o egoísmo, superar rivalidades e reconhecer a dignidade de filhos e filhas de Deus

No 4º domingo da Quaresma, o padre Cláudio Pighin propõe uma profunda reflexão sobre a parábola do filho pródigo, narrada por Lucas, para questionar o modo como os fiéis compreendem Deus. Durante a homilia, ele afirma que “Deus não quer que ninguém seja escravo, quer que todo mundo tenha a dignidade de filho e filha de Deus”.
Segundo o sacerdote, o Evangelho revela um Deus que acolhe a todos e não se cansa de amar. “O nosso Deus não exclui ninguém, pelo contrário, ele faz de tudo para colher as pessoas. A verdadeira religião e os verdadeiros fiéis nunca podem excluir pessoas, mas, imitando Deus, têm que promovê-las com aquele amor que o nosso Senhor nos ama”.
A reflexão tem como centro a conhecida parábola dos dois filhos e o pai misericordioso. Padre Cláudio destaca que ambos os filhos se afastam da essência divina:
“Os seguidores de Jesus não podem alimentar ciúme, rivalidade entre eles... e assim a parábola dos dois filhos que recebem a herança do pai revela o quanto estão longe dele, de Deus, do pai”.
Pai que espera, filho que retorna
Ao comentar a atitude do filho mais novo, que desperdiça a herança e termina humilhado ao cuidar de porcos, o padre enfatiza a dor da separação de Deus, mas também a beleza do reencontro. “A conscientização das nossas pobrezas e humilhações nos tiram do nosso egoísmo e nos abrem aos outros, e assim nos permitem buscar o nosso Deus. E ele, com alegria, acolhe o filho que se arrependeu”.
A imagem do pai que espera simboliza a paciência divina diante da liberdade humana.
“Vimos que o pai ficou à espera dele o tempo todo. Significa que Deus aguarda com tanta paciência que um dia vamos voltar para ele. Ele acredita que essa vontade de chegar a ele é questão de tempo e amadurecimento”.
O ciúme do filho mais velho
O padre também reflete sobre a reação do filho mais velho, que se recusa a aceitar o retorno do irmão. “Esse filho que ficou o tempo todo com o pai não o entendeu, não teve intimidade com ele, porque ele teria entendido a tristeza do pai de ver um filho perdido”.
A homilia termina com um convite à conversão do coração:
“Todos somos filhos e todos temos que reconhecer como Deus nos ama. Por isso, ele é feliz, Deus, porque a sua felicidade é a nossa felicidade. Boa Quaresma e boa Campanha da Fraternidade”.
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