Autônomo Altevir Costa reclama de alagamento no Umarizal

O alagamento já virou rotina no cruzamento da Travessa Almirante Wandenkolk com Avenida Senador Lemos, no bairro do Umarizal, em Belém. O autônomo Altevir Costa, de 62 anos, trabalha próximo à área e afirma que vinte minutos de chuva intensa são suficientes ara que o alagamento do perímetro.

“Vinte minutos só é o suficiente para alagar toda essa área. A água vem da Praça Brasil para cá, né? Senador Lemos, Municipalidade, Gerônimo Pimentel, então ela se concentra aqui”, conta. O autônomo acredita que o bueiro não suporta a quantidade do volume de água e acaba transbordando.

E quando o local está alagado, os veículos que passam pelo local acabam movimentando a água e fazendo “aquela onda que a onda entra, entra água na igreja, entra na panificadora, entra na farmácia ali, ó. É em todos os lados. Roxy Bar entra água, só não entra na Florencia ali porque as calçadas é bem alta. Isso é toda chuva”, diz Altevir.

A secagem da área alagada demora bastante e atrapalha o tráfego no local. “Dependendo da Baía (do Guajará), se as águas da Baía tiver seca, a Baía tiver vazia, a água no buraco vai com 20, 10 minutos depois seca tudo. Se a Baía tiver cheia, a água aqui não seca. Ela seca conforme a Baía, que o canal da Doca não comporta, né? Fica estável a água das chuvas mais baixos”, afirma o trabalhador.

E para além do tempo que leva até a água secar completamente, existe também o perigo de doenças. Altevir relata ter visto lacraias subindo pelas frestas, baratas e ratos que procuram abrigo. Ele teme as doenças que podem surgir com a situação.

“E outra coisa, a leptospirose, essas doenças, é que é o problema. O problema não é nem tão a enchente que de repente enche, a gente pode andar em cima, dentro da água, mas e as doenças? Ninguém tá vendo na água, a bactéria, visivelmente”, altera.

O local possui vários restaurantes nas proximidades, que, segundo Altevir, atraem roedores. “E tem muito rato. Primeiro, porque, olha, tem restaurantes, são vários restaurantes, alimentos. Aonde tem alimento, o rato tão lá.  Aí com essa água acumulada da chuva nesse trecho é um chamariz para rato, para lacraia, esses animais peçonhentos, tudo o que mais dá por aqui aí”.

O trabalhador conta que um público diverso transita diariamente pelo local e precisa conviver com o problema. “Não é só pessoa pobre que tranfega por aqui. Pessoas de alta, classe média alta, tudo transitam. Vem pro pastel, lanche, essas coisas, vem fazer uma merenda aí, tudo e tal, mas tem que passar pela aquela água. Aí vê já tão aqui dentro, mas tem que sair. E tá cheio. Então tem que tirar e pisar na água e é complicado, né?”.

E pensando na COP 30, a esperança de Altevir é que o Governo busque soluções para o sistema de drenagem de Belém. “A gente conta porque nós estamos com uma obra do COP 30 aí, né? Maior evento climático do vindo aqui pro Pará, uma coisa boa para toda a população, acredito que sim, mas que também deveria ter mais algo mais em relação a esse sistema de chuva, de drenagem. Fica tudo alagado essa área aqui do Umarizal, da drenagem da água da chuva, né? Toda essa égua enche, da chuva”, finaliza.

Prefeitura de Belém

Procurada pela Redação Integrada de O Liberal, a Prefeitura de Belém comunicou em nota que “a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Seinfra) realiza desde janeiro a dragagem e reconformação da seção dos igarapés de Belém para reduzir o tempo de vazão. 48 dos 64 canais da capital já foram atendidos em ações da Prefeitura, retirando 130 mil toneladas de lixo e dejetos de janeiro até agora. A Secretaria de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel) continua atuando na desobstrução de bueiros e desenvolvendo projetos especiais para minimizar os impactos dos alagamentos, em diversas áreas de Belém que enfrentam problemas recorrentes de inundação há anos. É importante ressaltar que a Prefeitura pretende fazer outras obras necessárias de macro e micro drenagem, em breve. Isso deve ajudar, ao lado da limpeza constante dos igarapés, a mitigar os efeitos das chuvas e da maré alta, evitando o contato da população com alagados, e vai melhorar a qualidade da água dos córregos. Por fim, a Sezel vai fazer um levantamento técnico na área citada na matéria para proceder, se houver necessidade, com o hidrojateamento da rede de micro — o que deve ajudar no escoamento da água da chuva”.

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*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Camila Guimarães, repórter do núcleo de Atualidade de oliberal.com