Refugiada da Guerra da Ucrânia, paraense vive período de ‘estabilização emocional’ na Hungria
A publicitária paraense Cristiane Nedashkovskaya conta que muitos amigos retornaram ao país em guerra, mas ela e o marido não pensam em voltar agora
Após sair da Ucrânia como uma das pessoas refugiadas da guerra deflagrada no dia 24 de fevereiro deste ano, a publicitária paraense Cristiane Nedashkovskaya, moradora do país e casada com um ucraniano, está na Hungria, e não possui planos de voltar ao território em conflito. Ela afirma que passa por um período de recuperação dos traumas causados pela guerra. “Não pensamos em voltar agora para morar, pois devido à lei marcial, meu marido não poderá sair do país legalmente em caso de uma nova situação de emergência”, explica.
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Atualmente, Cristiane e o marido estão em busca de outro país para residir, que possua programa de entrada para refugiados ucranianos. “As opções são muitas por hora, e estamos estudando a melhor delas para recomeçar nossa vida. Infelizmente os planos de ir a Belém foram alterados. Iremos assim que estivermos estabilizados no país de destino. Agora, realmente só precisamos do tempo de estabilização emocional e de vida mesmo”, relata.
Alguns dos amigos de Cristiane já voltaram a morar na Ucrânia, mas ela e o marido seguem trabalhando de forma remota para empresas ucranianas. “Muitas empresas já reabriram seus escritórios e a vida está aos poucos retomando o seu ritmo. Nossa cidade continuou livre de ataques e nossa família está segura. Claro que a inflação no país disparou, mas dentro das possibilidades, todos estão bem”, completa.
Itamaraty reforça recomendação de não retorno ao território ucraniano
A Agência Brasil informou que o Itamaraty instruiu o embaixador brasileiro Norton de Andrade Mello Rapesta a retornar à capital da Ucrânia, Kiev, onde funciona a embaixada brasileira no país. Rapesta e parte da equipe diplomática deixaram a cidade no início de março, devido à ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em nota divulgada nesta terça-feira (26), afirmou que continua atento à evolução do que classificou como um “conflito” entre os dois países do leste europeu. O Itamaraty também garante estar pronto a retomar eventuais medidas emergenciais de atendimento a brasileiros na região e reforça a recomendação para que se evite ingressar em território ucraniano.
Ainda de acordo com a Agência Brasil, Após deixarem Kiev, Rapesta e parte da equipe da embaixada se transferiram para Lviv, cidade a cerca de 500 quilômetros de distância da capital, próxima à fronteira com a Polônia, e onde foi montado um posto de atendimento consular para auxiliar os brasileiros que deixavam a Ucrânia.
Outros três postos temporários foram instalados nas cidades de Chernivtsi (Ucrânia), Chisinau (Moldávia), Kosice (Eslováquia) e fechados após a retirada da região de todos os brasileiros que manifestaram o desejo de deixar a Ucrânia. Segundo o ministério, a embaixada brasileira em Kiev permaneceu aberta durante todo este tempo. Desde março, o Itamaraty afirma ter atendido cerca de 250 brasileiros na região, ajudando especialmente com a emissão de documentos e travessia da fronteira.
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