Questionado por Moro, hacker se compara a Lula e ataca senador: 'Criminoso contumaz'; vídeo

Delgatti Neto, que ficou conhecido em 2019 após vazar mensagens atribuídas a integrantes da força-tarefa da Lava Jato, prestou depoimento à CPMI de 8 de janeiro

O Liberal
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Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura atos golpistas, o hacker Walter Delgatti Neto se comparou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao afirmar ter sido vítima de "perseguição equiparada" ao que o petista, segundo ele, teria sofrido e chamou Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato e hoje senador, de "crimonoso contumaz".

As declarações foram feitas por Delgatti quando ele respondia aos questionamentos do próprio Moro durante a reunião da CPMI. O senador perguntou ao hacker sobre suas condenações por estelionato, citando os golpes que teriam sido cometidos em Araraquara (SP), e perguntou quantas vítimas Walter Delgatti teria prejudicado.

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“Relembrando que eu fui vítima de uma perseguição em Araraquara, inclusive, equiparada à perseguição que vossa excelência fez com o presidente Lula e integrantes do PT. Li a parte privada e posso dizer que o senhor é um criminoso contumaz, cometeu diversas irregularidades e crimes”, respondeu o hacker.

Após essa afirmação, Moro pediu ao vice-presidente da CPMI, senador Cid Gomes (PDT-CE), que exercia a presidência da comissão, que advertisse o depoente de que ele não podia caluniar um parlamentar. “O senhor é inocente como o presidente Lula então?”, rebateu o ex-juiz. Ele ainda mencionou que Walter Delgatti teria invadido os aplicativos de mensagens de mais de 170 pessoas. O hacker não apenas confirmou, como alegou que o número de dispositivos invadidos seria maior.

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Walter Delgatti afirmou durante depoimento à CPI dos Atos Golpistas que, em uma reunião com assessores de campanha de Jair Bolsonaro, em outubro de 2022, foi aconselhado a criar um "código-fonte falso" para sugerir que a urna eletrônica era vulnerável e passível de fraude.

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“Inclusive, cheguei às conversas do senhor com o então procurador Dallagnol e essas conversas foram chanceladas pelo STF e são utilizadas até hoje para anular condenações de pessoas inocentes”, afirmou. “Pessoas que cometeram crime contra a Petrobras e roubaram dinheiro, é isso”, respondeu o senador.

Em 2019, Delgatti Neto ganhou notoriedade como o hacker da Vaza Jato, após invadir dispositivos eletrônicos e vazar mensagens atribuídas ao então ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro, a integrantes da força-tarefa da Lava Jato e outras autoridades.

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Preso no início deste mês pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação 3FA, que também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços da deputada Carla Zambelli (PL), Delgatti foi convocado pela CPMI por sua ligação com a parlamentar e um suposto plano para tentar fraudar as urnas.

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