Para Flávio, penas duras do STF a réus do 8 de janeiro são recado para Bolsonaro

Senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro acredita que objetivo dos ministros é condenar o seu pai como mentor de uma suposta tentativa de golpe de Estado

O Liberal
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Para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) as duras penas – que variam de 14 a 17 anos de prisão - impostas aos primeiros réus julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento nos ataques de 8 de janeiro, ocorridos em Brasília, são um recado para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao Globo, Flávio sugeriu que os ministros da Corte buscam condenar seu pai como mentor de uma suposta tentativa de golpe de Estado.

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“Eles querem insistir com a tese de que há um mentor intelectual disso tudo e não há. Simplesmente não. Eles querem dizer que é o Bolsonaro, mas como não tem prova, ficam prendendo para ver se forçam uma delação”, disse.

O senador afirma que Jair Bolsonaro não teve nenhuma relação com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes e ressalta que o ex-presidente nem estava no Brasil no dia dos ataques.

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“Eu tenho certeza que é isso [tentativa de incriminar Bolsonaro]”, declarou. “Mas é mais uma vez à revelia da lei. Como é que alguém vai abolir o Estado democrático de Direito… vai assumir quem a presidência do Brasil? Não tem lógica, não tem pé nem cabeça essa tese, mas é o que ele [Moraes] quer, porque ele quer e acabou. É a vontade dele, não é a lei”, continuou o senador.

Flávio comparou ainda a punição imposta a Aécio Lúcio Costa Pereira, primeiro réu julgado pelo 8 de janeiro, com penas por crimes violentos e ainda com a punição dada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do tríplex do Guarujá.

Em fevereiro de 2019, Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Essa punição foi reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça (STF) a 8 anos e 10 meses apenas dois meses depois da condenação. Posteriormente, sua condenação foi anulada pelo STF.

“A pena de 17 anos é maior do que para estuprador, do que para alguém que matou outra pessoa ou para alguém que roubou o Brasil como o Lula. Então há uma clara desproporcionalidade”, afirmou Flávio. 

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