Milton Ribeiro: Delegado diz que houve interferência na investigação; leia mensagem

Bruno Calandrini disse que veio ‘decisão superior’ para impedir transferência de ex-ministro para Brasília

O Liberal
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Responsável pela investigação sobre o “gabinete paralelo”, que levou à prisão o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores ligados ao suposto esquema, o delegado delegado Bruno Calandrini denunciou “tratamento privilegiado concedido” pela Polícia Federal ao aliado do presidente Jair Bolsonaro. As informações são da Agência Estado.

Calandrini enviou uma mensagem de agradecimento à equipe que participou da Operação Acesso Pago nesta quarta-feira (22), na qual também diz que não teve “autonomia investigativa e administrativa para conduzir o inquérito policial do caso com independência e segurança institucional”.

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As informações sobre a mensagem do delegado Bruno Calandrini foram divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo. A reportagem do Estadão também teve acesso à íntegra da carta do delegado apontando ingerências na investigação que pegou o ex-ministro.

Após a mensagem vir a público, a Polícia Federal disse ter aberto um procedimento apuratório sobre suposta “interferência na execução” da Acesso Pago. Em nota, a corporação citou “boatos” sobre a “possível interferência” e diz ter o objetivo de “garantir a autonomia e a independência funcional do delegado da PF”.

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Mandado foi cumprido no início da tarde desta quarta-feira (22/06)

Veja a mensagem na íntegra:

Muito obrigado a todos pelo empenho na execução da Operação Acesso Pago.

A investigação envolvendo corrupção no MEC foi prejudicada no dia de ontem em razão do tratamento diferenciado concedido pela PF ao investigado Milton Ribeiro.

Vejo a operação policial como investigação na essência e o momento de ouro na produção da informação/prova.

O deslocamento de Milton para a carceragem da PF em SP * é demonstração de interferência na condução da investigação, por isso, afirmo *não ter autonomia investigativa e administrativa para conduzir o Inquérito Policial deste caso com independência e segurança institucional.

Falei isso ao Chefe do CINQ ontem, após saber que, por decidão superior, não iria haver o deslocamento de Milton Ribeiro para Brasília, e, manterei a postura de que a investigação foi obstaculizada ao se escolher pela não transferência de Milton à Brasília à revelia da decisão judicial.

As equipes de Gyn, Brasília, Belém e Santos, que cumpriram a missão de ontem, trabalharam com obstinação nas ruas e no suporte operacional, um trabalho hercúleo para o cumprimento dos mandados durante a Operação Acesso Pago, literalmente se esforçaram 24/7 e foram aguerridos em capturar todos os alvos. Faço referência especial às equipes de GYN que, mesmo após a prisão, ainda escoltaram os presos via terrestre, para a SR/PF/DF, incontinenti.

No entanto, o principal alvo, em São Paulo, foi tratado com honrarias não existentes na lei, apesar do empenho operacional da equipe de Santos que realizou a captura de Milton Ribeiro, e estava orientada, por este subscritor, a escoltar o preso até o aeroporto em São Paulo para viagem à Brasília,

Quantos presos de Santos, até ontem, foram levados para a carceragem da SR/PF/SP?

É o que tinha a manifestar em lealdade a vocês que cumpriram a missão de ontem com o espírito do verdadeiro policial federal.

Abraço.

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