Operação Acesso Pago: PF prende uma pessoa no Pará em investigação sobre recursos da educação

O Pará é um dos estados onde a Polícia Federal deflagrou a operação "Acesso Pago", que investiga um esquema de recebimento de propinas para liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A Assessoria de Comunicação da PF no Pará confirmou que apenas um mandado de prisão estava previsto no estado e foi cumprido no início da tarde desta quarta-feira (22).

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A identidade da pessoa presa ainda não foi confirmada. Ao todo, a operação prevê o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão.

A operação mira uma espécie de gabinete paralelo, formado pelo ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e dois pastores. O grupo negociava, segundo as investigações, liberação de recursos apenas a pessoas próximas ao pastor Gilmar dos Santos. Arilton Moura é outro pastor que agia no grupo. Os três foram presos.

Denúncias motivaram investigações 

O ex-ministro Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, detidos no âmbito da operação “Acesso Pago”, estão envolvidos também em episódio incluído nas investigações, ocorrido no município de Salinópolis. Em julho de 2021, foram impressos mil exemplares da Bíblia com fotos de então titular do Ministério da Educação (MEC), dos pastores e do prefeito da cidade, Kaká Sena (PL).

Na época, o ex-ministro confessou que autorizou a produção dos livros e sua distribuição em um evento de cunho religioso.

Quando o caso veio a público, Milton Ribeiro afirmou que soube da distribuição de bíblias com sua imagem em outros eventos sem sua prévia autorização. Em razão disso, ele teria entrado em contato com a editora responsável para vetar esse tipo de distribuição.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, foram confeccionadas mil Bíblias, a R$ 70 cada exemplar, com tiragens encomendadas pela Igreja Ministério Cristo para Todos, comandada pelo pastor Gilmar Santos.

Porém, a produção e distribuição das bíblias acabou corroborando as suspeitas sobre a existência de um esquema de recebimento de propinas para liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Os pastores atuariam para intermediar o favorecimento de aliados com verbas da pasta. Denúncias apontam que Gilmar Santos e Arilton Moura pediriam propinas para facilitar a liberação das verbas do MEC e empregariam os recursos em esquemas com compra de Bíblias e distribuição de barras de ouro, segundo as investigações.

Sobre o caso, o prefeito Kaká Sena afirmou que o município não teve qualquer custo com a impressão, sendo responsável apenas pela cessão do Ginásio Poliesportivo Zeca Faustino para a realização do evento. Em relação à operação “Acesso Pago”, Kaká Sena informou à O Liberal que soube da ação pela imprensa e, por se tratar de inquérito que corre sob segredo de justiça, não tem informações sobre os motivos da decisão judicial que levou à prisão de Milton Ribeiro.

“O que podemos dizer é que a Prefeitura de Salinópolis está à disposição para o fornecimento de qualquer informação que a Justiça venha a requerer quando da passagem do Ministro nesta cidade”, concluiu o prefeito.