Julgamento Bolsonaro: Ministro André Ramos vota pela inelegibilidade do ex-presidente

Ele foi o quarto ministro a votar. Com isso, placar está 3 x 1 pela condenação de Jair Bolsonaro

O Liberal

O julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do processo que pode tornar inelegível o ex-presidente Jair Bolsonaro por abuso de poder político já teve quatro dos sete votos revelados. Depois do relator Benedito Gonçalves e dos ministros Raul Araújo Filho e Floriano de Azevedo, foi a vez de André Ramos Tavares. 

Ele acompanhou o relator pela procedência da ação ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), que pediu a inelegibilidade do ex-presidente pelo período de 8 anos, ou seja, até 2030. Com isso, o placar já está 3 a 1 pela condenação do presidente. 

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Até o momento, apenas Raul Araújo divergiu de Benedito Gonçalves e votou para manter Bolsonaro elegível. Faltam ainda os votos de Carmén Lúcia, Kássio Nunes Marques e Alexandre de Moraes, presidente da Corte. O julgamento deve retornar nesta sexta-feira (30), às 12h.

Em seu voto, André afirmou que as ações de Bolsonaro tiveram a capacidade de viciar a liberdade do voto da população. O contexto da fala foi dado em uma análise sobre a importância das mídias digitais na atualidade.

“As redes digitais são capazes de disseminar desinformação de maneira massiva, brutal, instantânea e global. Na era digital, o caos informativo pode ser facilmente instaurado. É grave quando o estado de caos informativo se instala na sociedade e, mais grave ainda, se esse estado é planejado e advém de um discurso do presidente da República. A confiança dos eleitos nas instituições democráticas deixa de existir e, com isso, a própria liberdade de voto fica viciada”, afirmou André.

Tavares disse, ainda, que houve "não apenas a mera falta de rigor em certas proclamações, mas a inequívoca falsidade perpetrada nesse ato comunicacional, com invenções, distorções severas da realidade, dos fatos e dos dados empíricos e técnicos".

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Ele afirmou que as falas do ex-presidente chegaram "a caracterizar uma narrativa delirante, com efeitos nefastos na democracia, no processo eleitoral, na crença popular em conspirações acerca do sistema de apuração dos votos".

Quem é André Ramos Tavares, ministro que votou a favor da inelegibilidade de Bolsonaro

André Ramos Tavares é recém-chegado no TSE. Ele foi empossado no dia 30 de maio, após a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar uma cadeira no tribunal junto de Floriano de Azevedo Marques. 

O nome de André, que ocupa um assento no TSE voltado à classe dos juristas, também constava em uma lista apresentada pelo STF no começo do ano e contou com o apoio de Moraes

André Ramos Tavares tem mestrado e doutorado pela PUC-SP e foi integrante da Comissão de Ética Pública da Presidência entre 2018 e 2021. Foi nomeado ministro substituto da corte por Bolsonaro e integrante titular do tribunal por Lula. É visto como um homem de confiança do ministro Alexandre de Moraes e que deve seguir a mesma linha do presidente da corte no julgamento do ex-mandatário.

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