Julgamento Bolsonaro: Floriano de Azevedo diverge da defesa de Bolsonaro em voto de julgamento
O ministro do TSE vota agora e, antes de ler na íntegra o seu parecer, começou contrariando a defesa do ex-presidente
O Ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Floriano de Azevedo, começou a ler seu voto sobre a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) 0600814-85, que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível, na manhã desta quinta-feira (29) e divergiu da tese da defesa do investigado.
Segundo Floriano, todas as evidências aceitas pelo TSE fazem parte da construção dos fatos analisados pelos ministros. “Tudo que foi trazido, a minuta de golpe, as entrevistas, são, ao meu ver, marginais para a análise dos fatos que são objetos desta Aije, os agravantes desafios à ordem democrático que tiveram lugar antes e depois do pleito de 2022”, disse.
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A Aije foi movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e pede a inelegibilidade de Bolsonaro e de seu vice na chapa que concorreu à Presidência nas Eleições 2022, Walter Braga Netto, por por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O partido questiona declarações que colocavam em dúvida a segurança das urnas e do processo eleitoral, durante uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022.
Outros votos
Anterior a Floriano, Raul Araújo, também ministro do TSE, deu voto contrário à inelegibilidade de Bolsonaro e afirmou que os conteúdos não são suficientes para a “medida extrema”. "O comportamento contestado, apreciado em si mesmo, leva a inescapável conclusão pela ausência de gravidade suficiente. Julgo improcedente o pedido”, concluiu.
Araújo divergiu do relator, o ministro Benedito Gonçalves, e acolheu o questionamento da defesa de Bolsonaro sobre o uso da "minuta do golpe". Araújo considera que - mesmo o TSE já tendo decidido sobre a inclusão da questão, por unanimidade, em fevereiro - é possível rediscutir o assunto agora: "Tema persiste aberto à discussão". A fala recua da própria fala do ministro sobre a questão.
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