‘Governo Lula não chega a 2026’, diz Dallagnol após cassação
Segundo o ex-procurador e agora ex-deputado, governo federal ainda não fez nada pelo povo brasileiro
Após ter mandato de deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta semana, o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR) disse, em entrevista à Jovem Pan nesta quinta-feira (18), que o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "não chega a 2026", ano em que novas eleições presidenciais vão ser realizadas.
VEJA MAIS:
O político, que atuou na operação Lava Jato, responsável pela prisão de Lula anos atrás, diz que o governo não tem feitos suficientes e ainda acusou a atual gestão de "revanchismo". Ele destacou que, antes de 2023, o governo "vai ser derrubado pelo bem do nosso país".
"Vivemos um governo de vingança, um governo que divide entre todas, todes, todos e daqui a pouco vai faltar letra no alfabeto. Um governo que divide o patrão contra o empregado, o agro contra o ambientalista, toda hora divide as pessoas em vez de unir", afirmou Deltan, ao falar sobre a postura do Executivo após a divulgação da cassação de seu mandato.
"O governo não fez nada, a primeira grande vitória do governo foi ter me cassado. Não fizeram nada pelo país até agora, nada. E ainda fazem esse revanchismo, esnobismo, deboche comigo, com a minha cassação, com algo que é derrubar os votos dos eleitores, com o povo brasileiro", completou.
Decisão
A postura da Corte eleitoral tambémn foi criticada por Dallagnol. Segundo ele, a escolha por retirar seu mandato parlamentar e seus direitos políticos não foi feita com base técnica, mas apoiada em especulações e invenções. Os ministros do TSE entenderam, de forma unânime, que a saída de Deltan do cargo de procurador da República ocorreu de maneira irregular, ao usar uma manobra para fraudar a lei.
Quando questionado se teme ser preso, o ex-deputado federal reconheceu ter medo, mas exaltou: "Podem tirar meu mandato, mas não vão tirar a minha voz", destacou. "O que eu vejo é que, na história, toda vez que tentaram silenciar foi um tiro no pé. E, se você quer saber o que eu acho dessa minha cassação, eu acho que eles estão dando um grande tiro no pé"
Cassação
Em decisão unânime na última terça-feira (16), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). O entendimento de irregularidade na saída de Deltan do cargo de ex-procurador da República, na avaliação dos ministros, se dá porque ele era alvo de 15 procedimentos administrativos do Conselho Nacional do Ministério Público que poderiam lhe render processo administrativo disciplinar (PAD) e torná-lo inelegível.
VEJA MAIS:
Por ter antecipado sua saída do cargo público, o TSE enxergou uma manobra para fraudar a lei. Com base na Lei da Ficha Limpa, a decisão colegiada também o torna inelegível por oito anos. Mesmo com a decisão, que deverá ser cumprida imediatamente, Deltan ainda poderá apresentar recurso para o Supremo Tribunal Federal (STF), mas sem o mandato.
Em nota, Deltan disse que "344.917 mil vozes paranaenses e de milhões de brasileiros foram caladas nesta noite com uma única canetada, ao arrepio da lei e da Justiça", lamentou. "Meu sentimento é de indignação com a vingança sem precedentes que está em curso no Brasil contra os agentes da lei que ousaram combater a corrupção. Mas nenhum obstáculo vai me impedir de continuar a lutar pelo meu propósito de vida de servir a Deus e ao povo brasileiro”, acrescentou.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA