Ex-ministro da educação Milton Ribeiro é preso pela Polícia Federal
Ele é investigado por esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos. Também há mandados de prisão contra dois pastores
O ex-ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro, Milton Ribeiro, foi preso na manhã desta quarta-feira (22), pela Polícia Federal, quando estava em sua casa, na cidade de Santos, interior paulista. A prisão ocorreu durante operação que investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos durante a gestão dele à frente da pasta. As informações são do Portal Metrópoles e G1 Nacional.
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Ele e os pastores investigados são suspeitos de montar um gabinete paralelo para liberação de verbas dentro do MEC. Ribeiro deve ser transferido para Brasília ainda nesta quarta. Além do ex-ministro, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura são alvos dos mandados de prisão.
No mandado de prisão de Milton Ribeiro, o juiz federal Renato Borelliual elenca ao menos quatro crimes que teriam sido cometidos: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
Os dois pastores alcançados pela operação são ligados ao presidente Bolsonaro e apontados como lobistas que atuavam na pasta, quando era comandada por Ribeiro. As investigações apontam que eles negociavam com prefeitos a liberação de recursos federais – mesmo sem ter cargo no governo.
Milton Ribeiro deixou o Ministro da Educação no final de março deste ano, após vir à tona o suposto favorecimento de pastores na distribuição de verbas da pasta.
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Quem é Milton Ribeiro
Formado em teologia e direito, o ex-ministro Milton Ribeiro é pastor da Igreja Presbiteriana de Santos. Possui doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo, com uma tese sobre o calvinismo no Brasil, e mestrado em direito pela Universidade Mackenzie, onde foi vice-reitor entre os anos 2000 e 2003. Nessa mesma instituição de ensino superior, ele é membro do conselho deliberativo e relator da Comissão de Assuntos Educacionais. As informações constam em seu currículo acadêmico na plataforma Lattes.
Em maio de 2019, foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro membro da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Sua noemação como titular do Ministério da Educação ocorreu em julho de 2020, após a polêmica passagem de Abraham Weintraub pela pasta. Ribeiro foi o quarto nome a passar pelo MEC no governo Bolsonaro, considerando também Carlos Alberto Decotelli, que não chegou a ser empossado.
Alvo da investigação da Polícia Federal e de denúncias de ilegalidades envolvendo a distribuição de verbas no ministério, ele deixou o cargo em março deste ano.
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