Ex-ministro Aldo Rebelo defende soberania do Brasil sobre Amazônia, em evento na capital paraense
Rebelo também se posicionou a favor da escolha de Belém como sede da COP-30, a ser realizada em 2025
Durante o Fórum Mais Amazônia 2023, realizado nesta quarta-feira, 12, pela Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), em um hotel no centro de Belém, o ex-ministro, jornalista, político e escritor Aldo Rebelo, também colunista do Grupo Liberal, fez uma das palestras mais aguardadas do encontro, que reuniu mais de 400 convidados do setor agropecuário para discutir questões referentes ao segmento na Amazônia e, também, para prestigiar a posse da nova diretoria da instituição, que perdurará pelo quadriênio 2023-2027.
Aldo Rebelo contou à reportagem que está vivendo há um tempo no Pará, mais precisamente na região de Altamira, onde finaliza pesquisas para um livro que escreve sobre a história da Amazônia. Segundo ele, que foi parlamentar e ministro algumas vezes ao longo da sua vida pública, não se pode negar que a Amazônia ocupa o centro do debate mundial a respeito da temática do meio ambiente, por isso, é natural esperar que a região seja escolhida para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-30, a ser realizada em 2025, para a qual Belém foi apresentada como candidata pelo governo brasileiro.
“O desafio, ao meu ver, para que isso aconteça, é combinar algumas agendas inseparáveis, que são o meio ambiente; o direito ao desenvolvimento, que é um direito irrenunciável, e a soberania do Brasil sobre a Amazônia, que hoje é posta em questão. Acho que essa tríplice agenda, da soberania, desenvolvimento e meio ambiente, precisa ser incorporada à conferência do clima de 2025. Não se pode reduzir a Amazônia apenas ao tema do clima e do meio ambiente. Aqui, na Amazônia, vivem 30 milhões de pessoas; aqui, o Brasil tem a sua mais promissora fronteira mineral, agrícola, pecuária, agroflorestal, e tudo isso tem que ser debatido. Penso que eventos como esse de hoje têm exatamente a finalidade de combinar essas preocupações e esses temas”, frisou.
Segundo Rebelo, o livro que produz, além do aspecto histórico, que discute “500 anos de disputa pela Amazônia”, também tem como objetivo descortinar um projeto para Amazônia que reúna proteção do meio ambiente, desenvolvimento e soberania. “Se possível, minha intenção também é oferecer também um breve inventário demográfico, econômico, florestal , mineral, da agricultura, da pecuária, da ciência, do conhecimento, da educação na região, ou seja, um inventário social da Amazônia, porque a Amazônia precisa ser explicada para o Brasil e para o mundo”, argumentou.
Além da palestra de Rebelo, o evento também contou com reuniões paralelas de entidades envolvidas, como os líderes dos Sebraes da Amazônia Legal e os presidentes das Federações de Agricultura da Amazônia Legal.
“Aproveitamos a eleição da nova diretoria da Federação e convidamos os Estados da Amazônia Legal, o Sebrae, a frente parlamentar e o governador do Estado para discutir e mostrar, para os paraenses e para o mundo, sobre a importância de termos, cada vez mais, consciência política a respeito da nossa condição. A Amazônia Legal representa mais de 60% do território brasileiro e, desses, quase 90% são área florestal e sempre vem alguém de fora dizer que não estivéssemos cuidando do nosso patrimônio. Então, nós, paraenses, amazônidas, precisamos ter um nível de consciência cada vez maior e sair em defesa da nossa soberania”, frisou o presidente da Faepa, Carlos Xavier.
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