Aldo Rebelo defende desenvolvimento para a Amazônia
Livro lançado por ex-ministro expõe papel estratégico da região para o país
O ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PDT) lançou nesta quarta-feira, 8, em Belém, o livro “O Quinto Movimento: propostas para uma construção inacabada”. A obra foi escrita durante a pandemia e parte de informações históricas para tratar do processo de construção do Brasil ao longo de cinco séculos, bem como apresentar a visão do autor sobre as perspectivas para o futuro, tendo inclusive a Amazônia como uma fronteira estratégica para o o desenvolvimento do país.
Segundo a análise de Rebelo, até então ocorreram quatro movimentos distintos na história do Brasil, sendo que cada um deles deu uma contribuição para um determinado aspecto da vida nacional. O primeiro foi de 1500 até 1750 e abrange a base física do território; o segundo ocorreu até a declaração da Independência, em 7 de setembro de 1822, período em que foram representativas as figuras de Tiradentes, D. Pedro I e José Bonifácio; o terceiro movimento compreende o período de 1822 até a Abolição da Escravatura, em 1888, e envolve a concepção de unidade e integridade territorial do país; e o quarto período vai da Proclamação da República, em 1889, até os dias atuais, destacando a repercussão do debate entre apoiadores e opositores do ex-presidente Getúlio Vargas nos projetos economicos e políticos do país.
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Para Rebelo, o momento atual precisa ser mobilizado em torno de um quinto movimento, em que a questão nacional precisa assumir uma nova centralidade na vida pública para nortear as ações e projetos que visem retomada do desenvolvimento como forma de enfrentar a crise econômica e combater as desigualdades sociais. Nesse sentido, ele considera que a Amazônia ganhou um lugar de honra na geopolitica mundial, porém é necessário que o Brasil seja protagonista desse debate para priorizar as necessidades internas.
“A Amazônia ocupou esse destaque para o bem porque, de fato, ela tem uma contribuição importante na proteção do meio ambiente do mundo, mas também para o mal porque é alvo da cobiça dos interesses externos que temem a nossa concorrência na área da agricultura, da pecuária, do minério, da indústria madeireira, da biodiversidade”, avalia o escritor, que ressalta o papel que a região pode desempenhar nessa nova era.
“O papel da Amazônia é prover o Brasil de recursos para as futuras gerações. A Amazônia tem a maior fronteira mineral do mundo, tem a maior reserva de água doce, a maior reserva de biodiversidade e tem um futuro na produção da agricultura e da pecuária. Com todos esses recursos somados, ela pode oferecer ao Brasil e aos amazônidas os meios de sobrevivência que hoje estão bloqueados e imobilizados”, afirma Rebelo, que já foi ministro da Defesa, da Ciência e Tecnologia e dos Esportes.
“O Brasil precisa participar desse debate no mundo, mas sabendo que há interesses que não são apenas os interesses humanitários. Há outros interesses que são geopolíticos e comerciais e que vão exigir muita dedicação da diplomacia e da área de defesa do nosso país”, acrescenta.
ENCONTRO
O lançamento do livro e a palestra de Aldo Rebelo na capital ocorreram em meio a programação do encontro “Unir para desenvolver: Pará em 1º lugar”, promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Pará (Faepa). Durante o evento foram realizadas uma série de discussões com temas de interesse para o agronegócio, além das eleições para a nova diretoria e o conselho fiscal da entidade. Com um total de 109 votos, Carlos Xavier foi reconduzido à presidência da Federação para um mandato para o quadriênio 2023-2027.
O presidente elencou avanços do agronegócio paraense ao longo das últimas décadas e a contribuição que o setor dá para a economia local, se tornando um segmento relevante mesmo em períodos de crise, como os observados ao longo da pandemia. “Nessa nova gestão, as diretorias que representam todas as regiões do Pará vão continuar atuando para que a gente possa desenvolver esse estado e torna-lo o primeiro em desenvolvimento na nação brasileira”, frisou Xavier.
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