Espionagem na Abin: ‘Nunca usei nada para perseguir quem quer que fosse’, diz Bolsonaro

Operação da PF apura supostas irregularidades entre 2018 e 2021, como o uso de sistemas de geolocalização para rastrear celulares sem autorização judicial

Elisa Vaz

Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal na manhã deste sábado (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou qualquer envolvimento com as supostas irregularidades apuradas pela Polícia Federal (PF) na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A corporação aponta que o programa espião "FirstMile", ferramenta israelense, teria sido utilizado de forma irregular entre dezembro de 2018 e 2021, com o uso de sistemas de geolocalização para rastrear celulares sem autorização judicial.

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Investigações apontam o possível rastreamento de celulares sem autorização judicial. Ao todo, estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva

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Ferramenta israelense, o programa espião "FirstMile" teria sido utilizado de forma irregular entre dezembro de 2018 e 2021

Apesar de Bolsonaro não ser alvo da operação, a Abin é o órgão responsável por produzir conteúdos que são repassados ao presidente da República para auxiliar nas tomadas de decisões, e adversários do político estão entre os alvos do monitoramento ilegal. Nesta sexta-feira (20), a corporação cumpriu 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva contra pessoas ligadas à agência, por supostas irregularidades cometidas por servidores.

Ao Grupo Liberal, Bolsonaro disse que é preciso mostrar quais políticos teriam sido espionados pela Abin. “Tem que botar isso para fora nessa investigação, para não ficar nessa suposição de que eu perseguia quem quer que seja. Você não me viu perseguindo ninguém no meu governo”, garantiu. “Então, não podem me culpar de usar uma agência para fazer operações ilegais. Pode ter certeza de que no meu governo, na minha pessoa, não vai chegar nada nesse sentido, porque eu nunca usei nada para perseguir quem quer que fosse”, enfatizou.

Bolsonaro ainda explicou que um dos alvos da operação teria sido demitido da Abin em 2008, no governo Lula, após ser “pego em uma operação”, mas teria retornado à agência. Sobre o equipamento, o ex-presidente diz que foi comprado em 2018, no final do governo Temer, e, em 2020, teria sido usada uma ferramenta para localizar concentração de pessoas durante a pandemia da covid-19. “Não sei qual equipamento foi usado no Brasil, mas isso teve prosseguimento com os policiais indo atrás desse aglomeramento de pessoas. Talvez seja por aí. Mas, esperemos um pouco mais”, pediu.

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