Equipe econômica defende volta de impostos da gasolina, mas ala política é contra
Auxiliares políticos de Lula temem desgaste do presidente e alta da inflação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está avaliando a volta da cobrança dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol, cuja desoneração vence na próxima semana.
A equipe econômica liderada pelo Ministério da Fazenda, Fernando Haddad, defende a volta da cobrança, enquanto a ala política do governo quer manter o imposto zerado, temendo que o aumento do preço especialmente da gasolina prejudique a avaliação sobre o presidente e tenha um impacto generalizado na inflação.
Logo no começo do governo, Lula editou uma medida provisória renovando os impostos zerados sobre combustíveis, medida feita pela gestão Jair Bolsonaro até 31 de dezembro de 2022. A MP zerou os impostos sobre diesel e gás de cozinha até o dia 31 de dezembro deste ano, enquanto a redução vale apenas até a próxima terça-feira, dia 28, para a gasolina, o etanol, o querosene de aviação e o GNV.
Renovação é tema de debate no governo
O governo discute agora se renova ou não a redução do imposto. A ala política do governo teme que a volta integral dos impostos federais sobre a gasolina represente um impacto de R$ 0,69 por litro do combustível na bomba, o que prejudicaria a avaliação sobre o presidente e teria um impacto generalizado na inflação. Por isso, a manutenção da desoneração, ao menos até a Petrobras alterar sua política de preços, é vista como uma opção melhor.
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Por outro lado, a volta dos impostos representaria uma perda de receitas num momento de restrição fiscal. A desoneração da gasolina e do álcool tem um impacto de cerca de R$ 3 bilhões ao mês, o que é relevante num cenário de restrição fiscal. A equipe de Haddad tenta reduzir o rombo nas contas públicas previsto para este ano, que é de R$ 230 bilhões, e a volta dos impostos sobre os combustíveis é uma das alternativas para isso. A desoneração dos combustíveis faz parte desse rombo.
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