Em Belém, profissionais de Saúde vão às ruas contra suspensão do piso da Enfermagem
Após quase quatro horas, manifestação terminou no Mercado de São Brás
Em Belém, trabalhadores da área de Enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares) caminharam em protesto, nesta terça-feira (6), contra a suspensão da lei que cria o piso nacional da categoria. A manifestação se concentrou na avenida Nazaré, com saída perto das 18h, rumo ao Mercado de São Brás, onde o ato se dispersou próximo das 20h30.
O ato foi mobilizado pelo Movimento Gigantes pela Enfermagem e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública do Estado (Sintesp Pará). "Nós marcamos a concentração na frente do prédio da TV Liberal, a partir das 17h. Eu cheguei às 16h, e já havia um bom grupo de colegas. Claro, né, é ansiedade de lutar pelos nossos direitos", afirmou Marli Marlene Groeff, uma das lideranças do Movimento Gigantes pela Enfermagem, já em frente ao Mercado de São Brás.
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"Estávamos esperando o pagamento do piso (R$ 4.750) para o dia 5, agora, e quando foi no domingo, dia 4, o ministro suspendeu", disse Marli Groeff referindo-se à decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a lei que instituiu o piso nacional, por 60 dias, para que haja o cálculo do impacto do reajuste da remuneração dos trabalhadores, considerando os hospitais públicos e privados.
O valor de R$ 4.750, também serve de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%). A Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde), que representa os hospitais, alega que o pagamento é insustentável, levando à demissão de trabalhadores e ao fechamento de leitos nos hospitais, justamente por falta da Enfermagem.
Os manifestantes argumentaram que a aprovação do projeto na Câmara Federal foi precedida de estudos de impacto e de debates com todos os representantes envolvidos com a questão, e não foi confirmada, na prática, a insatisfação dos representantes de hospitais.
"Os donos de hospitais alegam uma demissão coletiva e a redução do número de leitos, a gente até entende o ministro quando ele suspende o pagamento do piso pelo bem da coletividade, mas os donos de hospitais não são pobres e o levantamento da Câmara não apontou prejuízo para eles, que tiveram lucros exorbitantes na pandemia", afirmou Maria Groeff.
Os trabalhadores também informaram que se organizam para voltar às ruas, da capital paraense, a partir das 8h da próxima sexta-feira (9), na frente da Maternidade do Povo, no bairro da Campina. "O ato será nacional, haverá protesto em várias cidades do país, e nós vamos nos posicionar aqui", disse Groeff.
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