Daniel Silveira dorme na Câmara para não usar tornozeleira eletrônica; deputado paraense dá apoio
Uso do equipamento foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
O deputado federal Daniel Silveira (União Brasil-RJ) passou a madrugada desta quarta-feira (30) em seu gabinete, na Câmara dos Deputados, em Brasília, onde chegou carregando um travesseiro. Um colchão também foi levado ao gabinete pelo deputado Luiz Lima (PL-RJ). Réu em processo que envolve suposto incentivo a atos antidemocráticos e ameaçar a instituições, Silveira dormiu na Câmara para não colocar tornozeleira eletrônica, como determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Vários parlamentares foram prestar apoio a Daniel Silveira, entre eles o deputado federal pelo Pará, Eder Mauro (PL). “Não podemos aceitar que outro Poder venha a intervir aqui dentro. Você tem direito de palavra, de opinião, de voto, e você tem a imunidade assegurada não só pelo Regimento (da Câmara), mas pela Constituição”, disse o deputado paraense, em vídeo ao lado de Silveira, gravado no plenário da Câmara e publicado nas redes sociais.
“Não podemos aceitar que um ministro do qual eu discordo do posicionamento, possa estar intervindo, inclusive determinando prisão de uma deputado federal, como poderá também de senador e quem sabe, se deixarem andar do jeito que está, até do presidente da República. Pra mim, é uma forma de opinião ideológica, em relação a estar perseguindo de uma forma monocrática os deputados, as pessoas que se manifestam, jornalistas, todos aqueles que são conservadores e de direita”, completou Eder Mauro.
Um policial legislativo isolou o entorno do gabinete na manhã desta quarta-feira e pediu para a imprensa se afastar. O ministro Alexandre de Moraes autorizou a Polícia Federal e a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal a cumprirem a decisão dentro da Câmara dos Deputados, se necessário, mas Silveira disse em discurso no plenário que não aceitaria.
Moraes determinou a aplicação de novas medidas restritivas ao deputado, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de participar de eventos públicos, na última sexta-feira (25), atendendo um pedido da Procuradoria-Geral da República.
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