CEO do Google cancela ida a debate sobre PL das Fake News no dia do evento

Fábio Coelho era aguardado em evento em São Paulo

O Liberal
fonte

Nesta segunda-feira (15), o CEO (diretor executivo) do Google no Brasil, Fábio Coelho, cancelou a participação dele em um painel sobre mídias digitais, em São Paulo, horas antes do evento.

Fábio Coelho era aguardado em sessão do seminário Brasil Hoje, do grupo Esfera Brasil, a respeito da regulação das plataformas no país. A Esfera Brasil é uma organização criada para fomentar o diálogo sobre o Brasil.  

Ele debateria com Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social, Miriam Wimmer, diretora da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), e os relatores do PL das Fake News no Congresso, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) e senador Angelo Coronel (PSD-BA).

VEJA MAIS

image OAB propõe criação de órgão regulador das plataformas digitais
Texto foi encaminhado ao deputado Orlando Silva, relator do PL das Fake News, para ser acrescentado ao projeto

image Remuneração de conteúdo jornalístico nas redes garante combate às fake news
ANJ diz que imprensa promove limpeza da poluição social promovida pela redes sociais

image PL das Fake News: Moraes manda abrir inquérito para investigar diretores do Google e Telegram
Ministro deu à Polícia Federal um prazo inicial de 60 dias para a investigação

A justificativa dada aos organizadores do evento para ausência de última hora foram "compromissos emergenciais" do CEO, segundo a assessoria do Google. Fábio não foi substituído, e o painel foi realizado com os demais debatedores, conforme a assessoria da Esfera Brasil informou ao UOL.

Na ultima sexta-feira (12), o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou uma investigação contra os dirigentes do Google e do Telegram no Brasil devido à atuação das duas plataformas contra o PL das Fake News.

O ministro do Supremo Alexandre de Moraes aceitou um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que justificou que as empresas "têm lançado mão de toda sorte de artifícios em uma sórdida campanha de desinformação, manipulação e intimidação, aproveitando-se de sua posição hegemônica no mercado".

Ministro Paulo Pimenta diz que governo não interferiráno em calendário do Congresso

Nesta seguda-feira (15), o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou que o governo não vai interferir no calendário de votação no Congresso do PL das Fake News. A proposta quer regulamentar a atividade de plataformas digitais para impedir a disseminação das fake news.

Paulo Pimenta disse que a postura das big techs no debate sobre assunto mostra a necessidade de regulação. Google e Telegram usaram suas plataformas para criticar a proposta legislativa.

image PL das Fake News: Moraes manda abrir inquérito para investigar diretores do Google e Telegram
Ministro deu à Polícia Federal um prazo inicial de 60 dias para a investigação

image PL das Fake News: 'Todas as atividades têm regulação. Por que as plataformas não?' questiona Dino
Para ministro da Justiça, regulação das redes sociais é "inevitável" diante dos "abusos" cometidos pelas empresas

image PGR pede inquérito para investigar Google e Telegram após campanha contra PL das Fake News
Pedido foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e deve ser analisado pelo ministro Alexandre de Moraes

O minisro alertou para o risco de que isso possa se repetir com outros projetos de lei no futuro, caso não haja legislação sobre o tema. Pimenta afirmou que o governo é parte no debate, mas que as decisões sobre o assunto cabem unicamente ao Congresso.

Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) se viu obrigado a adiar a votação no início do mês, a pedido do relator da proposta, Orlando Silva (PCdoB-SP), diante da falta de consenso.

Orlando Silva disse, também hoje, que a Câmara quer um acordo com o Senado, de onde veio o texto, para a votação do tema. O deputado disse esperar aprovar o texto na Câmara ainda neste mês. Pimenta e Orlando participaram de um seminário sobre o PL em São Paulo, organizado pelo grupo Esfera Brasil.

Pimenta e Orlando lamentaram a ausência do presidente do Google Brasil no debate. Fabio Coelho era um dos participantes previstos no painel, mas faltou devido a um "compromisso emergencial", segundo a assessoria do evento.

image PGR pede inquérito para investigar Google e Telegram após campanha contra PL das Fake News
Pedido foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e deve ser analisado pelo ministro Alexandre de Moraes

image Câmara adia votação de urgência de proposta 'fatiada' do PL das Fake News
Presidente em exercício da Casa, Marcos Pereira, decidiu esperar a volta de Arthur Lira, em agenda oficial nos EUA 

image Telegram cumpre determinação de Moraes sobre PL das Fake News para não ser suspenso
De acordo com a determinação do ministro, caso não removesse as críticas ao projeto, o aplicativo seria suspenso em todo país por 72 horas, com multa horária de R$ 500 mil.

Na sexta-feira (12), o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou abertura de inquérito para investigar diretores e responsáveis do Google e do Telegram que tenham participado da campanha contra o PL.

"Se havia alguma dúvida sobre a necessidade de que nós pudéssemos avançar na aprovação dessa legislação, a própria postura e a forma como esse debate foi conduzido por essas empresas só reforça a necessidade de que o Brasil tenha uma legislação que não se submeta ao que eles chamam de 'nosso modelo de negócio", disse o ministro.

Para Pimenta, "não é possível. O mundo inteiro avança. Países com democracias consolidadas já têm uma legislação. É um tema do Congresso. O governo é parte nesse debate, como é parte o Poder Judiciário, o Ministério Público, a sociedade, mas não vamos adotar nenhuma iniciativa enquanto governo. O cronograma, prazos, o momento dessa decisão, dessa votação, são todas questões que dizem respeito exclusivamente ao Parlamento. O governo não vai interferir em nenhum aspecto relativo a essas decisões".

O PL das Fake News

Em discussão há três anos, o projeto ganhou força recentemente, após os ataques golpistas de 8 de janeiro e ataques a escolas em São Paulo e Blumenau. Ele prevê medidas para o combate à desinformação nas redes sociais e regras para a atuação e responsabilização das chamadas big techs no Brasil.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Política
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM POLÍTICA

MAIS LIDAS EM POLÍTICA